A produção total da Petrobras (PETR4) de petróleo e gás recuou 4,3% no primeiro trimestre de 2023 (1T23), no comparativo com igual período do ano anterior, para 2,676 milhões de barris por dia (Mbpd). Nos três primeiros meses de 2022, a produção total foi de 2,796 Mbpd.
De acordo com o relatório de produção e vendas, divulgado na noite desta quarta (3), a produção média comercial da Petrobras foi de 2,352 Mbpd no 1T23, queda de 4,5% na comparação com os 2,462 Mbpd de um ano atrás.
Segundo a Petrobras, a produção do 1T23 foi impulsionada pelo início do ramp-up da P-71, no campo de Itapu, no pré-sal da bacia de Santos, com a entrada de oito novos poços na bacia de Campos e de maiores eficiências de produção das plataformas.
A produção de óleo, LGN e gás natural da Petrobras no Brasil teve queda de 4,2%, para 2,640 Mbpd no 1T23. No mesmo período de 2022, a produção foi de 2,757 Mbpd.
Já a produção de óleo da Petrobras no 1T23 caiu 4%, para 2,141 Mbpd. No primeiro trimestre de 2022, a produção foi de 2,231 Mbpd.
Enquanto isso, a produção de gás da Petrobras recuou 5,1% no 1T23 para 499 mil barris de óleo equivalente (Mboed). No período equivalente do ano anterior, foram 526 Mboed.
A produção pré-sal cresceu 1,2% no 1T23 (1,702 Mboed) em relação ao mesmo período de 2022 (1,682 Mboed).
Confira os indicadores em detalhes na tabela abaixo:
Volume de vendas
O volume de vendas totais da Petrobras no 1T23 teve uma leve queda: foram 3,059 Mbpd nos primeiros três meses de 2023, o que representa um recuo de 0,2% frente aos 3,064 Mbpd de um ano antes.
De acordo com o relatório, apenas a gasolina e o querosene de aviação (QAV) tiveram avanços na comparação anual. A gasolina teve alta de 3% (aos 414 Mbpd) e o querosne somou 10,3% (aos 107 Mbpd).
“O aumento nas vendas de QAV do 1T23 se deve, principalmente, a fatores sazonais, com aumento da demanda devido ao período de férias e feriados. No 1T23 houve um aumento na produção de QAV de 16,7% em comparação ao 4T22 acompanhando o desempenho do mercado”, diz a petroleira no relatório.
As vendas totais da Petrobras no mercado interno recuaram 5,4% na comparação anual, alcançando a margem de 2,125 Mbpd no 1T23. Já as vendas totais no mercado externo subiram 14,3%, aos 934 Mbpd.
Confira mais detalhes abaixo:
Refino, transporte e comercialização
O volume de vendas de derivados no 1T23 teve uma redução de 5,5% em relação ao 4T22, principalmente diesel e gasolina, que possuem consumo mais fraco no primeiro trimestre do ano.
Segundo a estatal, o desinvestimento da REMAN também impactou a evolução das vendas destes derivados entre os trimestres.
A produção de derivados teve redução de 4,2% no 1T23 em relação ao 4T22, acompanhando a redução de vendas e impactada pelas paradas programadas de unidades da REVAP, REFAP e RPBC.
Comparado ao 1T22, a produção teve queda de 4,3% em função das paradas supracitadas e da saída da REMAN, que representava 2,4% da capacidade do nosso parque de refino.
“Como exemplo de ações de eficiência que estão sendo implementadas no refino, destacamos o projeto de substituição de permutadores de calor da unidade de destilação atmosférica realizado na parada programada da RPBC, que permitirá a otimização do consumo energético da refinaria, com redução da geração de gases de efeito estufa estimada na ordem de 31.000 toneladas CO2e/ano”, ressalta a Petrobras em seu relatório de Produção e Vendas do 1T23.
Gás e Energia
No 1T23, a geração de energia elétrica pela Petrobras ficou 66,3% abaixo do 1T22. Segundo a companhia, a geração de energia ocorreu para atender principalmente a demanda por vapor interna da Petrobras, bem como para oportunidades comerciais pontuais de exportação para a Argentina.
No mesmo período de comparação, houve redução do volume de disponibilidade em leilão, decorrente do encerramento de contratos.
A oferta de gás natural apresentou redução de 13,5% em relação ao 1T22, devido a
- intervenções em unidades de produção e de processamento de gás natural ao longo do 1T23
- redução do volume comprado pela Petrobras junto a outros produtores nacionais, devido a encerramento de contratos de compra. Enquanto isso, não houve variação no volume de gás natural boliviano importado.
As vendas de gás natural da Petrobras no 1T23 foram 24,2% menores que as do 1T22 e 5,7% inferiores ao trimestre imediatamente anterior, devido a menor demanda dos segmentos termelétrico (-5%) e não termelétrico (-6%), sendo este último impactado pela menor demanda no segmento industrial no período.