Em relatório divulgado nesta segunda-feira (24), a Petrobras (PETR4) reportou a produção média comercial de óleo e gás de 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed) no terceiro trimestre deste ano. Isso representa uma queda de 6,5% em relação ao que a companhia produziu no mesmo período do ano passado.
Houve também variação negativa na produção de derivados da Petrobras, que passou de 1,771 para 1,750 milhão de bpd no intervalo de três meses. No período de um ano, o recuo foi de 9,4%.
Já as vendas de derivados subiram 4,7% no trimestre, puxadas pelo desempenho do diesel e da gasolina. “O aumento do mercado de gasolina se deu por ausa da queda do preço médio ao consumidor na comparação entre os períodos”, destaca a petroleira.
A produção brasileira de petróleo ficou em 2,115 milhões de barris por dia ante 2,114 milhões registrados no trimestre imediatamente anterior. No acumulado de um ano, houve uma retração de 6,8% na produção do óleo.
A produção de gás natural no Brasil recuou 5% no 3T22 em relação ao mesmo intervalo em 2021, para 494 milhões de boe/d.
A extração de pré-sal se manteve no patamar anterior, em 1,609 milhão de bpd, mas caiu 3,8% também em relação há um ano.
Diz a Petrobras: “O resultado do 3T22 já contempla integralmente o impacto da efetividade dos Contratos de Partilha de Produção dos Volumes do Excedente da Cessão Onerosa de Atapu e Sépia, que tiveram início em 2 de maio desse ano, com redução de participação da Petrobras nestes campos, além da parada para descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba. Estes efeitos foram parcialmente compensados pela continuidade do ramp-up do FPSO Guanabara (campo de Mero), pela elevada produção da P-68 (Campos de Berbigão e Sururu) e menor volume de perdas com manutenções e intervenções.”
O documento da companhia acrescenta: “Com o bom desempenho do trimestre, aliado a nossas previsões de ramp-ups e entradas de novos poços para o 4T22, reafirmamos a expectativa de atingir o nosso guidance de produção para 2022, de 2,6 MMboed, com variação de 4% para mais ou para menos.”
Outros destaques do relatório da Petrobras:
- A produção do pós-sal e terras e águas rasas também não oscilou do padrão anterior, em 434 bpd e 71 mil bpd, respectivamente. A empresa diz que ainda houve perdas com paradas para manutenção e intervenções”.
- Por causa do declínio natural de produção dos campos, a produção no exterior foi de 35 mil boed, 2 mil boed abaixo de 2T22.
Queda na produção de óleo
A Petrobras destaca alguns pontos como fatores para a baixa na produção média de óleo, líquidos de gás natural (LGN) e gás natural:
- Maior impacto dos Contratos de Partilha de Produção dos Volumes do Excedente da Cessão Onerosa de Atapu e Sépia, no 3T22, vigentes a partir de 2 de maio, com redução de participação da Petrobras nestes campos. O impacto no 3T22, em relação ao 2T22, foi de cerca de 43 mil boed, escreveu a empresa.
- A parada para descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba, em 21 de maio, com impacto de 11 mil boed. Esse descomissionamento faz parte do Projeto Integrado Parque das Baleias (IPB), que irá recuperar sua produção com a transferência de poços para a plataforma P-58 e uma nova plataforma, o FPSO Maria Quitéria, com início de operação previsto para 2024.
- Declínio natural dos campos maduros.