Petrobras (PETR4): produção aponta para um 3T22 com dividendos fortes, diz XP

A Petrobras (PETR4) divulgou nesta segunda-feira (24) os números operacionais trimestrais da produção de óleo e gás. Em relatório, a companhia reportou que a produção média ficou em 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed), queda de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Para a XP, os resultados da Petrobras apontam mais um trimestre sólido de geração de caixa e um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 17,6 bilhões e dividendos. “Com um carry de dividendos tão positivo, ainda vemos a ação com assimetria interessante, e mantemos recomendação de compra”, relata o banco em nota.

“Embora tenha havido uma queda nos preços médios do Brent (US$ 98/bbl, -13% T/T), ela foi parcialmente compensada por um BRL mais fraco (média R$ 5,22/USD, +5% T/T)”, explica o relatório da XP.

“Estimamos os dividendos da Petrobras a serem declarados em US$ 6 bilhões (~R$ 2,4/ação ou ~US$ 0,9/ADR, equivalente a 7% de yield para PETR4 no trimestre, 28% anualizado). Derivamos essa estimativa aplicando a fórmula 60%* (Fluxo de Caixa das Operações – Investimentos) e somando os US$ 1,2 bilhão da parcela em caixa da venda da Gaspetro no trimestre”, acrescentam os analistas.

A estatal registrou ainda queda na produção de derivados, que passou de 1,771 para 1,750 milhão de bpd no intervalo de três meses. No acumulado de um ano, o recuo foi de 9,4%. No entanto, as vendas dos derivados da Petrobras subiram 4,7% no trimestre.

Na avaliação do Itaú BBA, o aumento trimestral do diesel pode ser atribuído em grande parte à sazonalidade da demanda (plantio da safra de grãos e aumento de atividade), enquanto o do mercado de gasolina pela queda do preço médio para o consumidor após redução de impostos.

Outro destaque do relatório foi que a exportação de petróleo caiu em 39,9% no 3TT2 ante 31,6% sobre o segundo trimestre. Ou seja, cerca de 363 mil barris/dia. No total, a produção brasileira de petróleo ficou em 2,115 milhões de barris por dia ante 2,114 milhões registrados no trimestre anterior.

Segundo a Petrobras, o resultado do 3T22 mensura o impacto da redução de participação da estatal nos campos de Atapu e Sépia. “O resultado do 3T22 já contempla integralmente o impacto da efetividade dos Contratos de Partilha de Produção dos Volumes do Excedente da Cessão Onerosa de Atapu e Sépia. Além da parada para descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba. Estes efeitos foram parcialmente compensados pela continuidade do ramp-up do FPSO Guanabara (campo de Mero), pela elevada produção da P-68 (Campos de Berbigão e Sururu) e menor volume de perdas com manutenções e intervenções”, informa em nota.

Para Refino, Transporte e Comercialização (“RTC”), diz a XP, “este trimestre teve outro aumento sequencial de taxa de utilização, numa base de média móvel de 12 meses (86%), patamar não visto desde o 2T16.”

A produção total da Petrobras foi de -1% T/T e -9% A/A (causado pelo efeito base da venda da RLAM). “As vendas internas de derivados de petróleo subiram 5% T/T, impulsionadas por quase todos os produtos:

  • Diesel foi +5% T/T, principalmente devido à sazonalidade, que geralmente é maior no terceiro trimestre devido ao plantio da safra de grãos do verão e aumento da atividade industrial;
  • Gasolina +8% T/T, devido à melhor competitividade em relação ao etanol hidratado e aumento da demanda com redução de impostos
  • Óleo combustível +10% T/T principalmente devido a maiores vendas para o segmento industrial. Houve redução das exportações de petróleo e óleo combustível (-32% e -42% QoQ) devido a volumes que permaneceram em andamento no 4T22.”

Pré-Sal

A extração do pré-sal se manteve em linha com o 2T22, produzindo 1,94 milhão de barris. Número que representa cerca de 73% da produção total da Petrobras.
Refino

No refino, a taxa média de utilização das refinarias da Petrobras ficou similar ao nível do 2T22 e o rendimento de diesel, gasolina e QAV indicou 66%.

Ações da Petrobras

A XP lembra que as ações da Petrobras vêm apresentando crescente volatilidade, acompanhando de forma mais intensa o noticiário político, à medida que o segundo turno das eleições presidenciais se aproxima. “Negociando a 2,5x EV/EBITDA 2023 e com um carrego de dividendos tão positivo, ainda vemos a ação como uma assimetria interessante, e por isso mantemos nossa recomendação de compra”, reforça. Nesta terça (25) os papéis da estatal fecharam em queda de 1,55%, cotados a R$ 33,72.

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Redação Suno Notícias

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