Nesta quarta-feira (5), a Opep+ anunciou que cortaria a produção de petróleo em 2 milhões de barris por dia (bpd) a partir de novembro. Essa medida fez com que o preço do petróleo subisse. As ações da Petrobras (PETR4), PetroRio (PRIO3), 3R (RRRP3) e PetroRecôncavo (RECV3) avançaram acima de 3%.
Com o anúncio da Opep, o contrato do WTI para novembro fechou em alta de 1,43% (US$ 1,24), em US$ 87,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro subiu 1,71% (US$ 1,57), a US$ 93,37 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O dia foi de volatilidade no mercado da commodity, com recuo nas primeiras horas, após duas sessões de ganhos. Os contratos reagiram ainda pela manhã, apoiados pela notícia de que os Emirados Árabes Unidos apoiavam a proposta de Arábia Saudita e Rússia de cortar a produção do grupo de 1 milhão a 2 milhões de bpd. O fôlego, porém, durou pouco e o óleo voltou a cair, sob pressão do dólar forte, até avançar mais uma vez na sessão.
O Suno Notícias entrevistou especialistas para saber qual é o impacto da decisão da Opep nas petrolíferas brasileiras.
“A notícia anima os investidores e empresas de petróleo sobem pelo mundo. Quando petróleo sobe, bolsas costumam acompanhar também, já que a aceitação de risco começa a aumentar”, diz Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos.
“Essa cena que tem sido desenhada é bem positiva para petrolífera brasileiras. Essas empresas se se favorecem do preço do petróleo em patamares mais altos”, explica Gustavo Pazos, analista de Research da Warren.
Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, explica que o impacto do corte da produção é positivo para a Petrobras. “O fato de a estatal gerar bastante caixa durante o resultado financeiro é muito positivo para manutenção do próprio índice Bovespa e com o aumento da commodity no curto prazo“, diz.
Pazos afirma que na sua visão esse favorecimento de petrolíferas deve perdurar por um bom tempo, mesmo com a demanda global diminuindo conforme as principais economias do mundo vão se aproximando de uma recessão.
Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed, vê o petróleo “apertado” por um tempo. Ele não enxerga uma queda do petróleo para menos de US$ 60 no curto e médio prazo, o que é “muito benéfico” para as petrolíferas brasileiras.
Galindo recomenda as ações de PetroRio (PRIO3), mas afirma achar “interessantes” os cases de Petrobras e 3R Petroleum.
O corte da Opep+ é o maior desde abril de 2020, quando a pandemia de Covid começou. A organização informou ainda que o acordo de cooperação atual foi estendido até 31 de dezembro de 2023.
Em comunicado após reunião ministerial, a Opep+ justificou a decisão “à luz da incerteza que envolve as perspectivas econômicas globais e do mercado de petróleo, e da necessidade de aprimorar a orientação de longo prazo para o mercado de petróleo”.
As ações da Petrobras fecharam em alta de 3,76% nesta quarta-feira (5), cotadas a R$ 32,55.
(Com informações do Estadão Conteúdo)