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Petrobras (PETR4): lucro do 2T23 deve encolher, apesar de balanço incluir “dados sólidos”; veja previsões sobre dividendos

Petrobras (PETR4)

Petrobras (PETR4). Foto: iStock

Previsto para ser divulgado nesta quarta-feira (2), depois do fechamento do mercado, o resultado do segundo trimestre da Petrobras (PETR4) deve ser sólido, apesar de uma menor produção registrada no segundo trimestre, segundo analistas. O lucro da estatal, no entanto, deve encolher – mas a nova política de dividendos pode garantir pagamento robusto, preveem especialistas.

Em relatório, analistas do BTG Pactual pontuaram que os dados de produção de vendas da Petrobras destacam a nova estratégia de precificação de combustível da empresa. Para o banco, preços menores da estatal em relação à paridade de importação no segundo trimestre reforçam a vantagem competitiva do combustível fóssil sobre o etanol, apesar dos desinvestimentos de ativos.

“Com visibilidade sobre a rentabilidade atual do negócio de refino ainda baixo, acreditamos que as margens do segmento serão um dos principais focos do mercado, possivelmente proporcionando uma melhor avaliação da gestão quanto ao crescimento da quota de mercado”, disseram.

No segundo trimestre, a empresa registrou uma produção total, em média, de 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia equivalente (boe, petróleo e gás natural), uma queda de 0,5% na comparação com o mesmo trimestre de 2022. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, houve queda de 1,4%.

Apesar de uma menor produção no segundo trimestre, e vários ventos contrários – como preços mais baixos do petróleo e impostos de exportação do material –, analistas do Santander esperam que a Petrobras entregue um Ebitda sólido de US$ 12,4 bilhões no período (R$ 59 bi), sustentando um dividendo robusto de US$ 3,1 bilhões (R$ 14,86 bi), assumindo que os resultados incorporam uma nova política de dividendos.

No mesmo período do ano passado, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), equivalente a uma alta de 26,8% frente aos R$ 42,8 bilhões registrados entre abril e junho de 2021.

O BTG estima que o lucro da Petrobras no 2T23 será de lucro de US$ 5,3 bilhões (R$ 25,2 bi) – ou seja o lucro da petroleira deve ter retração de 46%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, Ebitda ajustado, da Petrobras foi de R$ 98,2 bilhões no 2T22, aumento de 58,6% na comparação anual e de 26,4% frente ao 1T22.

Petrobras deve entregar números sólidos no 2T23, diz Itaú BBA

Em relatório, o Itaú BBA avaliou que a estatal deve entregar fortes resultados no 2T23, sustentada por sólidos números operacionais e um ambiente de preços que se mantém elevado para o petróleo e derivados. 

Ainda de acordo com o banco, a queda na produção média no primeiro trimestre ocorreu principalmente devido a um maior volume de perdas com paradas e manutenções, declínio natural de campos maduros e desinvestimentos. 

Em linha com o Santander, os analistas do Itaú BBA estimam que a Petrobras reporte US$ 12,4 bilhões (R$ 59 bi) em Ebitda para o trimestre, uma queda de 14% em relação ao trimestre anterior, devido a menores preços de petróleo e margens de refino. 

O BBA estima lucro líquido de US$ 6,07 bi (R$ 29 bi), queda de 44% na comparação anual.

Também no relatório, o banco enxergou que o aumento das vendas de gasolina pela companhia no período decorreu principalmente da maior competitividade frente às principais alternativas de abastecimento.

Ao todo, entre os meses de abril e junho, as vendas de gasolina subiram 15,7% na base anual, considerando ganho de participação da gasolina sobre o etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex, assim como do aumento do mercado ciclo Otto.

Segmento de Exploração e Produção (E&P) deve ter leve queda no 2T23, diz Ativa Investimentos

Segundo o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a produção da Petrobras no segundo trimestre do ano ficou em linha com o esperado, projetando leve queda para o segmento de Exploração e Produção (E&P) da estatal no resultado financeiro referente ao período.

Além da ligeira queda da produção de petróleo de abril a junho, Arbetman cita menores preços do petróleo na comparação dos trimestres e um real mais forte.

No final da semana passada, segundo apurou a Coluna do Estadão, gente de peso e influente junto ao governo dá conta de que haverá mudanças “o quanto antes” na diretoria da Petrobras e que a gestão de Jean Paul Prates estaria desagradando o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT). 

Fontes ouvidas pelo Broadcast já falam na saída de Prates do comando da estatal – um ruído que contribui para ampliar incerteza sobre a estatal no momento em que a política de dividendos segue no foco de atenção do mercado.

Política de dividendos: quanto a Petrobras pagará?

Um dos vários pontos que devem nortear o balanço do segundo trimestre da Petrobras está relacionado à sua nova política de dividendos, anunciada pela companhia no final da semana passada.

Segundo a estatal, o pagamento continua a ser aplicado sobre o fluxo de caixa livre e trimestral, permitindo recompra de ações. O porcentual foi reduzido de 60% para 45%, cinco pontos percentuais a mais do que vinha sendo especulado pelo mercado.

As novidades acerca da companhia foram recebidas bem pelos analistas, ainda que com algumas ressalvas. Especialistas do BTG Pactual destacaram que a nova política “não é tão ruim quanto temiam, porém também não tão boa quanto tinham esperanças que fosse”.

Quantitativamente falando, eles não enxergam o anúncio como o catalisador que alguns esperavam, reforçando que as estimativas de payout feitas pela companhia ficaram praticamente inalteradas. 

“Qualitativamente, nossos sentimentos são confusos. Enquanto a atualização transmite uma alocação racional de capital, também deixa uma ampla gama de possibilidades em aberto, adicionando uma camada de subjetividade a algumas métricas-chave de política”, destacam os analistas da casa.

Já os analistas do Santander destacaram ‘pagamento mais baixo, mas ainda sólido’, e o potencial de recompra de ações. “A política de remuneração estabelece distribuições trimestrais equivalentes a 45% do Fluxo de Caixa Livre (FCF), antes da próxima revisão de seu plano estratégico 2024-28. O novo pagamento implica em um dividend yield (DY) projetado para 2023 de 13% e de 9% para 2024″, destaca o banco.

Por sua vez, especialistas do Itaú BBA destacaram que os dividendos da Petrobras podem ter distribuições extras, caso a sustentabilidade financeira da empresa seja preservada.

“Segundo a empresa, o aprimoramento da política de remuneração aos acionistas visa aumentar a confiança de que o Plano Estratégico 2024-2028 será alcançado, dado a revisão dos seus elementos estratégicos e a aprovação do plano de investimento de baixo carbono diretriz entre 6% e 15% do capex total para os primeiros cinco anos”, destaca a casa.

Por fim, especialistas do Goldman Sachs afirmaram, com base em cálculos, que “a nova política da Petrobras pode levar a pagamentos de dividendos de cerca de US$ 12,7 bilhões (R$ 60 bi) e US$ 8,5 bilhões (R$ 40 bi) em 2023 e em 2024, respectivamente, implicando em um payout implícito de 55% e 50% e DYs de 15% e 10%”.

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