A demissão de Jean Paul Prates do cargo de CEO da Petrobras (PETR4) amplia uma longa lista de trocas no comando da estatal, que assim chega a marca de oito presidentes em um período de oito anos.
Ao todo, foram dois nomes durante a gestão de Michel Temer (PMDB), quatro no governo Jair Bolsonaro (PL) e agora, dois sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em meio às notícias sobre a saída de Prates do comando da Petrobras e a indicação da sucessora, a ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, os papéis da companhia fecharam a terça-feira (14) em queda de mais de 7% no after market de Nova York.
As trocas sucessivas de diretores ganharam mais destaque a partir de 2016, quando o engenheiro Pedro Parente assumiu o controle da Petrobras, prometendo encerrar a influência política na gestão da petroleira.
Naquela época, a empresa vinha de uma sequência de prejuízos bilionários, em meio ao congelamento de preços dos combustíveis, promovido pelo governo de Dilma Rousseff, e aos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Para reverter esse cenário, Parente instituiu uma política de preços calcada na paridade internacional, que considerava, dentre outros fatores, o valor do barril do petróleo e a cotação do dólar.
Os indicadores da Petrobras melhoraram, porém, a oscilação diária do preço do combustível acabou sendo o estopim para uma greve dos caminhoneiros, em 2018, que terminou no pedido de demissão de Parente. Ele foi substituído por Ivan Monteiro, que ficou no cargo até a chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto, em 2019.
Com Bolsonaro eleito presidente do Brasil, Roberto Castello Branco assumiu o controle da estatal, indicado pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. O então presidente da Petrobras foi destituído do cargo em meio a novas pressões de caminhoneiros, pouco mais de dois anos depois, em abril de 2021.
Ele, então, foi substituído pelo general da reserva do Exército, Joaquim Silva e Luna, que ficou apenas um ano no cargo. O mandato de Silva e Luna foi impactado pela explosão dos preços dos combustíveis com a guerra na Ucrânia, que levou a uma nova insatisfação social com os preços praticados nas bombas.
À época, Bolsonaro chegou a indicar o diretor do Centro Brasileiros de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, ao cargo, que declinou devido a conflitos de interesse. Foi então que o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou emplacar seu “braço direito”, José Mauro Coelho, em abril de 2022. Após dois meses no cargo, contudo, ele pediu demissão.
A renúncia de Coelho – que ocorreu três dias após Bolsonaro reagir ao reajuste dos combustíveis por parte da estatal e sugerir a criação de uma CPI para investigar diretores da Petrobras e o conselho de administração – permitiu que Caio Paes de Andrade, então secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, assumisse o cargo.
Após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, Paes de Andrade aceitou o convite para assumir a Secretaria de Gestão e Governo Digital do governo de São Paulo, que passaria a ser chefiado por Tarcísio de Freitas (Republicanos). Assim, o então diretor-executivo de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Rittershaussen, foi nomeado interinamente para o cargo de presidente da estatal.
Com a chegada e Lula ao Palácio do Planalto, em janeiro de 2023, o ex-senador Jean Paul Prates assume o comando da Petrobras, posto em que ficou por 16 meses.