Segundo o parecer do Goldman Sachs sobre a nomeação do novo CEO da Petrobras (PETR4), a escolha é boa e deve manter a estatal alinhada com o ritmo de crescimento visto nos últimos meses. Trata-se do nome de José Mauro Ferreira Coelho, que preside o Conselho de Administração da PPSA (estatal responsável pela exploração do pré-sal).
O mercado, da mesma forma, parece ter avaliado bem o nome – já que as ações da Petrobras sobem 4,82% no intradia, na direção contrária dos pregões em que os investidores temiam uma intervenção na política de preços da estatal.
O novo presidente da Petrobras, contudo, só será oficializado na Assembleia Geral Extraordinária marcada para o dia 13 de abril, próxima quarta-feira.
A expectativa é de que Coelho passe pela votação de acionistas e faça bem para a saúde financeira da companhia, segundo o Goldman Sachs.
“A experiência anterior do Sr. Ferreira Coelho no sector da energia inclui ter foi Secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME) entre 2020 e 2021. Acreditamos que este anúncio deve agora reduzir a volatilidade em torno do estoque após a recusa de Adriano Pires em aceitar o papel e o fluxo de notícias sobre o incerteza de quem seria o novo CEO da empresa”, diz o banco de investimento,
Além disso, o GS acredita que, no curto prazo, os estatutos da Petrobras e a lei brasileira reduzam a probabilidade de intervenção do governo nas políticas da empresa.
O banco segue com recomendação de compra, mirando um preço-alvo de R$ 36,90 nas preferenciais da Pertrobras.
“Permanecemos com rating de compra na Petrobras, pois, apesar do fluxo de notícias anterior em torno do ações, vemos uma atraente continuação do ritmo de crescimento, com um dividend yield previsto de cerca de 35% em relação a 2022 com espaço limitado para intervenção do governo nas política da empresa em um período de curto prazo”, dizem os analistas Bruno Amorim (CFA), Joao Frizo (CFA) e Guilherme Costa Martins.
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Ex-militar, Coelho é nome de confiança do ministro Bento Albuquerque. É técnico da área e executivo ligado ao setor de petróleo. O nome dele ainda precisa passar pelo crivo dos acionistas na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, no próximo dia 13 de abril.
ministério das Minas e Energia também anunciou a indicação de Márcio Weber à Presidência do Conselho de Administração da Petrobras. Weber é atual conselheiro da empresa. Foi membro da Diretoria de Serviços da Petrobras Internacional (Braspetro) e diretor da Petroserv S.A. Ele chegou a ser cotado para indicação a CEO da companhia.
Márcio Andrade Weber é engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tem especialização em engenharia de petróleo pela Petrobras. Entrou na empresa em 1976. onde trabalhou por 16 anos, tendo sido um dos pioneiros no desenvolvimento da Bacia de Campos. Desenvolveu a participação da companhia nas atividades de E&P, navegação de apoio e sondas de perfuração para águas profundas.
A indicação de Weber saiu depois que o presidente do clube de futebol Flamengo, Rodolfo Landim, anunciou a desistência do cargo na noite de domingo (3).
Weber também precisa ser aprovado em assembleia de acionistas da Petrobras no dia 13. O governo tem a maioria das ações da Petrobras com direito a voto.
O indicado para a presidência do Conselho de Administração já passou por todas as etapas de análise do cumprimento das regras internas da companhia.
Atual presidente do Conselho de Administração da PPSA, Coelho foi secretário de Petróleo do ministério entre março e 2020 e outubro de 2021. Ele também foi diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e atuou na Agência Nacional do Petróleo (ANP) por 15 anos.
José Mauro Ferreira Coelho é formado em Química Industrial e possui especialização em Ciências dos Materiais pelo Instituto Nacional de Tecnologia. Tem mestrado em Engenharia dos Materiais e doutorado em Planejamento Energético.
Coelho não constava na lista de cotados para assumir a presidência da Petrobras. Nesta quarta, ao menos três nomes estavam no radar do governo.
O último deles era o de Caio Andrade, secretário do ministério da Economia e próximo do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
O nome de Andrade não teve boa recepção no mercado: sem experiência na indústria de óleo e gás, não foi CEO por muito tempo em grandes empresas. A avaliação era de que seria possível aprová-lo porque presidiu a Serpro e empresas menores por ele fundadas.
O secretário da equipe de Guedes, porém, enfrentou a oposição do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que criticou o fato de ele não ter experiência no setor para assumir a Petrobras.