Impasse na Petrobras (PETR4): mais dois nomes ganham força para ocupar a presidência

O impasse em torno da presidência da Petrobras (PETR4) continua. Em meio a especulações sobre o adiamento da Assembleia Geral Ordinária (AGO), em 13 de abril. para dar mais tempo ao Executivo definir as indicações, o ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque assegurou hoje que o governo terá nomes para ocupar os postos de comando da estatal ainda esta semana ou no começo da próxima. A sucessão continua indefinida: não se tem certeza sobre quem será o indicado a CEO da companhia e a presidente do Conselho de Administração da estatal. Surgiram nesta quarta (6) outros cotados para essas posições na Petrobras.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/Lead-Magnet-1420x240-1.png

O presidente da companhia, o general Joaquim Silva Luna, demissionário desde o último dia 28 de março, disse que pode ficar mais tempo no cargo, depois da desistência de Adriano Pires. O secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Andrade, cotado para o cargo, sofre resistências pela falta de experiência na área. Um dos críticos é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cacique do Centrão.

Irritado, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu indicações de que pode fazer uma troca mais rápida de comando da Petrobras. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que ganhou tração nesta quarta-feira (6) a indicação do conselheiro da empresa Márcio Weber para a presidência da Petrobras e de Sonia Villalobos para o Conselho de Administração.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/1420x240-Banner-Home-1-3.png

Os dois já são conselheiros e passaram pelo teste de governança da estatal, que na prática acabou inviabilizando os nomes de Adriano Pires e Rodolfo Landim, presidente do Flamengo que recusou a indicação.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Márcio Weber é atual conselheiro da empresa. Foi membro da Diretoria de Serviços da Petrobras Internacional (Braspetro) e diretor da Petroserv S.A.

Uma das vantagens é que ele pode “descer” do Conselho para a Diretoria Executiva. Já sendo conselheiro, ele poderia ser aprovado como presidente na reunião. Neste caso, contribui o fato de que os conselheiros já passaram pelo crivo da checagem exigida pelas regras de governança.

Nas sondagens, o pouco tempo para a tomada da decisão tem sido um empecilho para a definição dos nomes. O governo tem sido aconselhado por investidores e lideranças do setor a deixar por mais 40 dias o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, no cargo a tempo de convocar uma nova assembleia.

A posição de Bolsonaro e do ministro Bento Albuquerque, no entanto, é resolver o impasse logo. Em nota, o Ministério de Minas e Energia afirmou que trabalha com a realização da assembleia no dia 13, próxima quarta-feira.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Bento vem recebendo críticas do mercado pela condução das negociações que vem trazendo desgaste para a empresa.

Sua assessoria informou apenas que o governo está definindo os profissionais que preencham o perfil para ocupar os cargos de presidente da Petrobras e o de presidente do Conselho de Administração da empresa. “Quando esses nomes forem definidos, eles serão devidamente informados”, disse, em nota.

Em reportagem postada no fim da tarde, a CNN informou que o nome do presidente de Furnas, Clovis Torres, ganhou força como provável indicação para presidência da Petrobras no Palácio do Planalto e entre aliados no Congresso. Torres teria, segundo essas fontes ouvidas pela emissora, “visão moderada e capacidade de conciliação, além de capacidade de administrar a crise com os preços dos combustíveis”. Os ministros Albuquerque, Paulo Guedes, da Economia, e Ciro Nogueira, da Casa Civil (e articulador político com o Congresso e com o Centrão), teriam apoiado o presidente de Furnas como possível indicado a presidente da Petrobras, de acordo com a CNN.

Outros nomes no radar do governo para a presidência e o conselho da Petrobras

Após o fracasso da indicação de Adriano Pires para presidir a Petrobras, o governo Bolsonaro enfrenta dificuldades para encontrar em pouco tempo dois nomes para o comando da estatal, um para a presidência e o outro para o conselho de administração.

Nas sondagens, a urgência da tomada da decisão tem sido um empecilho. O governo chegou a ser aconselhado por investidores e líderes do segmento a deixar no cargo por mais 40 dias o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, a tempo de convocar nova assembleia.

A desistência de Adriano Pires para a presidência e de Rodolfo Landim para o conselho de administração explodiu a bolsa de apostas para os novos nomes para as posições.

O nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, ganhou força, mas enfrenta resistência política e do setor de óleo e gás e uma ação judicial que pode afetá-lo.

Outros nomes entraram no radar: além de Márcio Weber, o ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e atual diretor-presidente da Enauta, Decio Oddone, também foi sondado, mas já declinou do convite.

Outro nome cogitado é o de Vasco Dias, ex-presidente da Shell Brasil. Mas tem conexão com a Cosan (CSAN3), de Rubens Ometto, a exemplo do Adriano Pires, que desistiu do cargo depois que o seu nome não passou no teste de governança da empresa. É membro do conselho de administração da Cosan. Já foi diretor executivo da CSN (CSNA3), Companhia Siderúrgica Nacional, e presidente da Raízen Energia (RAIZ4).

O ex-secretário executivo do Ministério de Minas e Energia Márcio Felix (hoje na EnP Energy) e os ex-conselheiros Cynthia Silveira e Omar Carneiro da Cunha também são citados nos bastidores. Ela preside a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), e Cunha já trabalhou na Shell.

Para a presidência do conselho de administração, duas mulheres ganham força: Clarissa Lins, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, e a atual conselheira da Petrobras Sonia Villalobos.

Próximo do Planalto

Caio Andrade é bem visto no Palácio do Planalto e próximo do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Ele não tem experiência na indústria de óleo e gás, nem foi CEO por muito tempo em grandes empresas, mas a avaliação é de que seria possível aprovar seu nome porque presidiu a Serpro e empresas menores por ele fundadas.

O secretário da equipe de Guedes, porém, enfrenta a oposição do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que critica o fato de ele não ter experiência no setor. Além disso, Andrade é acusado pela empresa Conclusiva Consultoria de ter usado os sistemas do Ministério da Economia para investigar a situação fiscal da companhia. O caso foi parar na Justiça em uma ação da Conclusiva contra a Captalys, presidida por Margot Greenman, ex-mulher de Andrade. Por meio da assessoria do Ministério da Economia, o secretário negou que tenha feito qualquer consulta ou pedido a terceiros.

O presidente Jair Bolsonaro também se encontrou ontem com o ministro Bento Albuquerque, segundo a agenda oficial do chefe do Executivo. O ministro saiu sem dar declarações a jornalistas. Bento vem recebendo críticas do mercado pela condução das negociações que vem trazendo desgaste para a Petrobras. Sua assessoria informou apenas que o governo está definindo os profissionais que preencham o perfil para ocupar os cargos. “Quando esses nomes forem definidos, serão devidamente informados”, diz a nota.

Com informações do Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Marco Antônio Lopes

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno