O Itaú BBA emitiu um novo relatório sobre a Petrobras (PETR4), no qual afirma que as preocupações do mercado com a política de preços da estatal podem estar superestimadas.
A casa afirma que, embora o reajuste do diesel anunciado em 31 de janeiro tenha reforçado a autonomia da companhia, a análise do impacto dos preços dos combustíveis não deve ser feita exclusivamente com base na paridade de importação.
O relatório argumenta que o modelo de precificação da Petrobras mudou nos últimos dois anos, e o cenário atual da empresa é muito diferente de uma década atrás, quando a descolagem dos preços domésticos dos combustíveis em relação ao mercado internacional prejudicou significativamente seus resultados.
Portanto, os analistas acreditam que a tradicional preocupação com eventuais defasagens de preço em relação à importação pode estar exagerada, especialmente porque a Petrobras tem demonstrado capacidade de ajustar os valores conforme necessário, sem comprometer sua governança.
O Itaú BBA lista oito fatores fundamentais que os investidores devem considerar ao avaliar a precificação dos combustíveis da Petrobras:
- Exposição positiva ao petróleo: Diferentemente de dez anos atrás, a Petrobras agora se beneficia da alta dos preços do petróleo, como qualquer petroleira global.
- Visão integrada: A companhia toma decisões considerando o impacto global para suas operações, e não apenas de forma segmentada.
- Hedge natural: A atuação em exploração, produção e refino reduz os riscos associados à volatilidade do petróleo.
- Paridade de importação não é tudo: O desconto em relação ao preço de importação não deve ser o único critério para análise da política de preços.
- Preços podem permanecer estáveis: Manter os preços sem alterações por um período prolongado não significa desvio da política de precificação.
- Sem riscos de desabastecimento: Dados mostram que não houve interrupções significativas na importação de diesel, mesmo em períodos de diferença de preços.
- Ajustes serão feitos se necessários: A Petrobras tem realizado ajustes sempre que há necessidade clara.
- Governança e compliance: A diretoria da Petrobras segue regras e políticas internas para garantir que a precificação seja executada de forma adequada.
Dessa forma, o Itaú BBA destaca que a precificação dos combustíveis pela PETR4 deve ser analisada dentro de um contexto mais amplo, levando em conta a estratégia integrada da companhia e as condições do mercado global.
A casa tem recomendação outperform (compra) para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 49 para as ações PETR4.
Por volta das 17h15 desta quarta-feira (12), a Petrobras (PETR4) operava em queda de 1,68% no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 36,21.
