O vice-presidente Hamilton Mourão descartou a possibilidade de uma nova greve de caminhoneiros e defendeu que a Petrobras (PETR4) reajuste o preço dos combustíveis com base flutuações do mercado internacional.
“A Petrobras tem que acompanhar o preço do petróleo, porque senão entra em prejuízo, e o País também. O governo é um dos principais acionistas”, argumentou Mourão, na manhã desta quarta-feira (7), em conversa com jornalistas.
O vice-presidente disse que as movimentações dos caminhoneiro por paralisação são “ameaças” que serão dissuadidas pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Em fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro demitiu Roberto Castello Branco, então presidente da petroleira, após reclamações públicas sobre o aumento no preço dos combustíveis. No pregão seguinte, as ações da empresa caíram mais de 20%.
À época, Mourão negou que a troca tenha sido interferência de Bolsonaro na política de preços da petroleira, e disse que a troca na gestão foi por “questão de confiança”.
Petróleo avança e Petrobras repassa preços
Nesta semana, a estatal anunciou o aumento dos preços de gasolina, diesel, gás de cozinha e gás natural para as refinarias e distribuidoras.
Segundo a empresa, de abril a junho, o petróleo teve alta de 13%, seguindo a tendência das commodities globais, enquanto o real teve valorização de cerca de 4% em relação ao dólar.
Para a gasolina, o aumento médio é de R$ 0,16 (6,3%), fazendo com que o litro do combustível saia de R$ 2,53 e chegue a R$ 2,69 nas refinarias da estatal. Já o diesel teve um reajuste médio de R$ 0,10 (3,7%) por litro, que passará custar R$ 2,81 nas refinarias da Petrobras.
No gás natural, o preço médio de venda do GLP para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,60 por kg, refletindo um aumento médio de R$ 0,20 por kg. O ajuste será de 7% em real por metros cúbicos.
No entendimento da Guide Investimentos, os reajustes devem aliviar a pressão na margem operacional da empresa, que tem sido afetada pela alta global nas commodities.
“A reunião adiada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) também deve causar mais volatilidade no setor, a depender do parecer do grupo”, diz o analista da corretora, Luis Sales.
Por volta das 12h55 desta quarta-feira, as ações preferenciais da Petrobras subiam 0,76%, para R$ 27,88.
Com informações do Estadão Conteúdo.