Petrobras (PETR4): ruído no preço dos combustíveis ofusca operação, dizem analistas

A prévia operacional da Petrobras (PETR4), referente ao terceiro trimestre (3T21), veio dentro das expectativas, segundo os analistas dos bancos BTG Pactual (BPAC11) e Goldman Sachs. Entretanto, em ambos os relatórios, os especialistas afirmaram que os ruídos políticos envolvendo o preço dos combustíveis ofuscam os dados operacionais da estatal.

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Para os bancos, a perspectiva das eleições presidenciais em 2022 representa um risco para a Petrobras, devido a política de preço dos combustíveis. Tanto o Goldman Sachs quanto o BTG Pactual mantiveram avaliações neutras em vista do temor de interferência governamental.

A recomendação do Goldman Sachs para as ações da Petrobras é neutra, com preço-alvo (em 12 meses) para os papéis preferenciais a R$ 29,0. Considerando o valor de fechamento de quarta-feira, em R$ 28,41, o banco não vê valorização potencial.

Os principais riscos na tese de investimento do Goldman incluem:

  • oscilações no preço do petróleo Brent
  • depreciação ou valorização do real frente ao dólar,
  • riso de intervenção governamental no preço dos combustíveis.

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No caso do banco americano, os analistas ainda destacam que veem espaço para o pagamento de mais dividendos pela Petrobras neste ano, porém, nem isso eles acreditam que compensa o risco.

“Embora reconheçamos espaço para mais anúncios de dividendos em 2021, isso poderia ser compensado por riscos em torno da política de preços dos combustíveis indo para as eleições do próximo ano”, diz relatório do Goldman Sachs.

Já o BTG faz sua observação da seguinte forma: “Mesmo a forte geração de fluxo de caixa em trimestres recentes foram ofuscados pelos ruídos políticos sobre a política de preço dos combustíveis e o que as eleições do próximo ano podem significar para a alocação de capital.”

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Análise da prévia operacional

A produção média de óleo, gás natural e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras caiu 4,1% na comparação anual, registrando 2,83 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no terceiro trimestre de 2021. Em relação ao segundo trimestre, houve aumento de 1,9% na produção. Os bancos veem os números como em linha com suas estimativas.

Já as vendas alcançaram volumes de 1,9 milhão de bpd no trimestre: alta de 10,7% na comparação anual e avanço de 10,6% na comparação trimestral. A petroleira informou que houve aumento na comercialização de todos os produtos, destacando o crescimento da gasolina, do diesel e do QAV.

Para o BTG, é um reflexo da maior participação da Petrobras no fornecimento de combustível para o Brasil durante o período, já que os players do setor reduziram as importações em vista dos preços domésticos abaixo da paridade internacional.

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O banco ressalta que, do ponto de vista operacional, a Petrobras está indo bem e no caminho de entregar seu resultados positivos, seguindo o guidance anual de produção de óleo e gás. Ainda assim, o BTG mantém sua recomendação neutra para os papéis da estatal.

Cotação da Petrobras nesta quinta (21)

As ações preferenciais da Petrobras caíam 2,32% às 12:06 desta quinta, sendo negociadas a R$ 27,75. Agravam as perdas da companhia, a queda no preço do petróleo no exterior e o clime de aversão ao risco do cenário interno.

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Monique Lima

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