Em nova análise sobre as ações da Petrobras (PETR4), os analistas do BB Investimentos realizaram um corte de preço-alvo, de R$ 43 para R$ 36 – ao passo que os papéis preferenciais da estatal são negociados na casa dos R$ 27.
A recomendação para as ações da Petrobras, de compra, foi mantida pelos especialistas.
“Esperamos que as condições operacionais, com ramp up de novas plataformas e baixos custos de extração, aliada às boas condições financeiras (baixa alavancagem e forte geração de caixa) sigam como suportes para manutenção do bom desempenho da companhia ao longo dos próximos anos, considerando a dinâmica do mercado de petróleo”, diz a casa.
“A Petrobras tem desafios de curto prazo, como a revisão de seu plano estratégico e a expectativa de mudanças na política de dividendos, e outros de longo prazo, como a reposição de reservas (incluindo a possível exploração da margem equatorial que ganhou evidência nas últimas semanas) e investimentos em transição energética”, segue.
O parecer vem logo após a Petrobras apresentar uma revisão do seu plano estratégico, que por sua vez alterou os patamares de investimento em baixo carbono.
Sobre isso, o BB Investimentos aponta que o montante – que é de 6% a 15% – deve incluir energias renováveis, mas também trata de descarbonização do óleo e do refino.
O anúncio foi visto como positivo, na medida em que deixa claro o tamanho máximo que os investimentos em renováveis podem atingir utilizando apenas a geração de caixa da empresa, sem implicar em um aumento no endividamento.
A tese do BB Investimentos leva em consideração:
- Perspectivas de aumento da produção com a entrada de novos sistemas nos próximos anos
- Breakeven (ponto de equilíbrio) de US$ 25/boe no portfólio consolidado e de US$ 21/boe nos campos do pré-sal
- Consistente redução nos custos de extração (lifting cost), principalmente nos campos do pré-sal
- Boas perspectivas de geração de caixa
Dividendos da Petrobras
Sobre os dividendos da Petrobras, o BB considera uma distribuição de 50% do lucro líquido, já antevendo mudança na fórmula atual.
“Assim, esperamos R$ 3,62 por ação para 2023 (yield de 12,1%) e R$ 4,02 por ação para 2024 (yield de 13,4%). Entendemos esse volume de dividendos como adequado para fazer frente ao aumento nos investimentos e considerando a elevada geração de caixa operacional”, diz a casa.
“A diretoria executiva deve entregar até o final de julho uma proposta de ajuste do Planejamento Estratégico, com aperfeiçoamento da Política de Remuneração aos Acionistas, incluindo a possibilidade de recompra de ações. A recompra de ações pode ser uma forma interessante de aumentar a remuneração aos acionistas, se alinhando com as práticas das companhias globais do setor”, completa.
Os especialistas ainda destacam que caso a Petrobras decida pelo pagamento do mínimo legal de 25% em dividendos, a projeção seria reduzida para um dividend yield de 6,05% em 2023 e de 6,7% em 2024.