Após uma quarta (20) de movimentos relevantes de política monetária, os mercados se voltaram para uma mudança drástica no mercado de combustíveis – cuja presença principal no Brasil é da Petrobras (PETR4), que ‘dita’ os preços.
Isso se deu por conta de uma suspensão temporária das exportações de diesel e gasolina por parte do Governo da Rússia. Segundo especialistas, essa mudança de panorama pode afetar os preços praticados pela Petrobras.
Analistas do Goldman Sachs destacaram que a estatal pode ter que subir preços para impedir um eventual desabastecimento.
“Com a oferta limitada da Rússia, o desconto da Petrobras para a oferta alternativa aumentaria, aumentando assim a probabilidade de um ajuste de preços para cima”, diz o relatório do banco estrangeiro.
“É muito difícil saber quando esse preço chega na bomba. Primeiro pela lógica do setor, em que as distribuidoras e a Petrobras têm estoque e estão livres para praticar preços. Depois, porque o anúncio é incompleto à medida em que não esclarece como o corte vai acontecer. Quem compra diesel, não compra igual a uma Coca-cola”, acrescenta.
Vale destacar que neste ano a Rússia se tornou o principal fornecedor estrangeiro de diesel para o Brasil.
Apesar disso, a Petrobras não importa diesel russo – ainda que possa ser afetada por uma reação em cadeia.
Entenda decisão da Rússia que pode afetar a Petrobras
O governo da Rússia anunciou que irá limitar, de forma temporária, exportações de gasolina e diesel para evitar escassez no mercado interno. A decisão é tomada em meio ao recorde do preço da gasolina no país.
O governo da Rússia ainda não especificou como as restrições funcionariam.
Apesar disso, o Ministério da Energia do país comunicou que eles impediriam exportações não autorizadas de combustíveis para motores.
Segundo o ministério, as restrições ajudarão a “saturar o mercado de combustíveis” e a reduzir os preços nas bombas.
“Anteriormente, para estabilizar a situação no mercado de combustíveis, o governo aumentou os volumes obrigatórios de fornecimento de gasolina e diesel para a bolsa de mercadorias”, disse a pasta, em comunicado.
“Também foi estabelecido o monitoramento diário das compras de combustível para as necessidades dos produtores agrícolas com ajuste imediato dos volumes”, acrescentou o Ministério em seu comunicado.
Com o cenário de mudanças na Rússia, o petróleo Brent – referência para a Petrobras – caiu 0,2% aos US$ 93,30, perto das máximas de 10 meses.