O diretor de Exploração e Petróleo da Petrobras (PETR4), Joelson Falcão Mendes, afirmou que o foco da estatal não será mais exclusivamente nas reservas de pré-sal, mas sim na otimização do seu desenvolvimento produtivo, mirando ativos rentáveis no geral, tanto em terra firme (onshore) quanto em águas rasas.
A afirmação, feita durante a 24ª Conferência Anual do Santander, ocorreu no âmbito da mudança em curso na estratégia da Petrobras para a continuidade da sua linha de exploração de petróleo.
Segundo o Plano Estratégico 2023-2027 da Petrobras, ainda válido, aponta que a empresa tinha como objetivo maximizar valor do portfólio, com foco em ativos de águas profundas e ultraprofundas, além de desenvolver a região do pré-sal e a exploração de novas fronteiras de óleo e gás.
Apesar da mudança na estratégia, Mendes ressaltou que o pré-sal continuará ocupando lugar de destaque dentro da estatal. Segundo ele, a região já representa quase 80% da produção total da empresa e a tendência nos próximos anos é de crescimento da fatia, por conta do resultado de investimentos já realizados pela companhia, estabelecidos no Plano Estratégico.
Dos 17 objetivos planejados pela Petrobras, quatro já foram colocados em prática e os 13 restantes já estão em fase de contratação de equipamentos. Entre eles, está em andamento o principal que é o FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de óleo e gás, em português), capaz de potencializar a produção no pré-sal, afirmou Mendes.
“Estamos este ano com uma produção de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia, e para reforçarmos a manutenção da nossa produção anual precisamos adicionar 270 mil barris por dia em novos projetos. Temos conseguido fazer isso. Esperamos um crescimento consistente até o final da década. Acreditamos em uma manutenção das nossas reservas provadas”, disse o diretor.
Transição energética
Recentemente, a Petrobras criou a diretoria de transição energética, responsável pelo estudo e desenvolvimento de projetos renováveis. A nova unidade tem a missão de equilibrar o objetivo de reduzir as emissões de carbono, ao mesmo tempo em que os projetos também possam gerar valor para a empresa, ponderou Mendes.
Ele destacou que a empresa possui uma grande gama de projetos para transição energética, destacando que a empresa busca parcerias para garantir a efetividade das iniciativas com foco sustentável.
“Vamos investir em energia eólica, solar e hidrogênio verde. Faremos investimentos já considerando que eles serão rentáveis, não estamos investindo só porque eles são verdes”, disse o diretor de Exploração e Produção da Petrobras.
Petrobras: analistas apontam reajuste como “insuficiente” e mantêm recomendação de venda das ações; veja motivos
A recomendação é de venda das ações da Petrobras, diz a Genial Investimentos. Em relatório divulgado no início desta semana, analistas afirmaram que ainda há incertezas quanto aos preços praticados pela estatal e a paridade com o mercado internacional.
Segundo o rastreador de preço de combustíveis da Genial, os atuais valores médios praticados pelas refinarias da Petrobras são de R$ 3,18/litro e R$ 3,91/litro para gasolina e diesel, respectivamente.
No entanto, segundo projeções de analistas, esse valor está defasado. “De acordo com as nossas estimativas para o preço em linha com a paridade de preços internacional, a gasolina e o diesel deveriam custar pelo menos R$ 3,43/litro e R $4,29/litro, respectivamente.”
Dessa forma, os preços da Petrobras estão com deságios de – 8,0% na gasolina e – 9,6% no diesel ante a paridade de preços do mercado internacional. Antes do reajuste nos combustíveis, essa disparidade era ainda maior, em cerca de – 29,3% e – 31,9%.
“O reajuste é ainda insuficiente para fechar o preço que alinharia o mercado interno ao internacional. Sendo assim, fica a impressão que a política de paridade não vá ser completamente aplicada e nos deixando céticos quanto a uma eventual reprecificação do papel”, afirma a equipe da Genial.
A partir disso, a recomendação da Genial é vender os papéis, com preço-alvo em R$ 25, queda de 20,76%.
Petrobras: números são atrativos, mas não levam em conta riscos, indicam analistas
A análise da Genial indica que a ação da Petrobras está sendo negociada a 2,8x EV/Ebitda esperado para 2024, com um rendimento de fluxo de caixa previsto de 20%.
Para analistas, os níveis são interessantes, mas ainda não consideram risco de investimentos tóxicos ou aquisições pouco interessantes e pressão nas margens de refino.
A casa também afirma preferir outros cases mais bem executados como a Prio (PRIO3), que negocia a 2,5 vezes o Ebitda projetado para 2024, com um rendimento de fluxo de caixa esperado de 17%.
Desempenho das ações da Petrobras
Cotação PETR4
Com informações de Estadão Conteúdo