Petrobras (PETR4): banco vê potencial de US$ 5 bi a 10 bilhões em dividendos no 1T22
O Goldman Sachs definiu suas estimativas para o primeiro trimestre da Petrobras (PETR4) em 2022 e revisou os valores para as ações da estatal com base nesses números e na previsão para o preço do petróleo neste ano. Segundo os analistas do banco, o barril do petróleo Brent deve fechar o ano avaliado em US$ 125.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (4), o Goldman Sachs chama a atenção para os dividendos da Petrobras. Os analistas acreditam no potencial de dividendos adicionais na casa dos US$ 5 bi a US$ 10 bilhões após os resultados do 1T22.
“Nós estimamos um anúncio de dividendos de, aproximadamente, US$ 5 bilhões (~5% dividend yield), seguindo a referência de cálculo da companhia, que considera o pagamento de dividendos de 60% (CFO-Capex) aplicado nos trimestres anteriores”, diz o relatório.
Entretanto, os analistas ainda abrem a possibilidade desse valor aumentar para US$ 10 bilhões, considerando o caixa de abril. A Petrobras deve divulgar seus resultados do 1T22 no dia 5 de maio.
Com isso, o Goldman Sachs reitera sua recomendação de compra para as ações da Petrobras, com um preço alvo de R$ 38,80 para as ações PETR3 e R$ 36,90 para as ações PETR4 – revisão para baixo de -3% e -1%, respectivamente.
No pregão de hoje (4), as ações PN da Petrobras abriram em queda e operavam com recuo de 1,91% por volta das 12h45 (horário de Brasília), avaliadas em R$ 32,38. Nos últimos 12 meses, os papéis da petroleira acumulam valorização de 65%.
Lucro e dividendos da Petrobras no 1T22
O banco de investimentos afirma que vê as ações da Petrobras como ativos atraentes em vista do pagamento de dividendos, que os analistas estimam chegar a 34% ao fim de 2022.
Além disso, eles indicam a empresa como negociada com um valuation “pouco exigente”, no nível de 2,1x a relação de valor de mercado/Ebitda estimado para 2023. Enquanto os pares internacionais do mesmo setor estão em 2,6x na mesma relação.
Neste primeiro trimestre de 2022, a estimativa de Ebitda da Petrobras pelo Goldman Sachs está 30% acima do consenso da Bloomberg, em R$ 396,07 milhões.
“Acreditamos que os valores podem ser parcialmente atribuídos a ganhos de estoque e marcação a mercado dos preços do Brent (que aumentou fortemente durante o trimestre)”, diz o relatório do banco. Em termos de riscos para essa tese de investimentos, o Goldman Sachs destaca:
- preços do petróleo Brent menor do que o esperado;
- valorização do real frente o dólar;
- produção abaixo do esperado; e
- intervenção do governo no preço dos combustíveis.
Preços dos combustíveis em risco?
O Goldman Sachs não vê o anúncio do novo presidente para a Petrobras como um risco para a política de preços da estatal. Os analistas acreditam que este será o foco do mercados nos próximos dias para acompanhar os movimentos e a discussão em cima da paridade internacional.
“Em nossa visão, no curto prazo, vemos o estatuto da empresa e a legislação brasileira que limita o risco de interferência do governo na empresa como suficientes [para manter o alinhamento dos preços dos combustíveis pela Petrobras]”.