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Petrobras (PETR4) defenderá posição de mercado no Cade, afirma Prates

Petrobras (PETR4) busca acordo com fundo soberano sobre refinaria ainda no primeiro semestre, afirma Prates

Jean Paul Prates, CEO da Petrobras (PETR4). Foto: Divulgação/Agência Petrobras

O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, anunciou nesta segunda (17) que a estatal mudará sua estratégia em relação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), buscando agora se “defender” e manter seus ativos de refino e gás.

Durante evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Prates afirmou que a estatal pretende argumentar e trabalhar dentro dos canais oficiais normais para manter a fatia que ainda possui na operadora do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol).

“Nós respeitamos as alegações do Cade, mas temos agora que nos defender, tanto no caso dos combustíveis, que nos obrigaram a vender refinarias, a nosso ver indevidamente, sem a defesa à altura que o caso merecia, como na questão do gás”, afirmou.

O presidente da Petrobras ainda destacou a importância de “reabrir” a frente com a Bolívia, uma vez que o gás importado do país vizinho é mais barato do que o gás natural liquefeito (GNL) importado de outros países. Segundo ele, a estatal vai explorar as “fronteiras” com a empresa boliviana YPFB a fim de buscar novas parcerias.

Venda da TBG

Com relação à venda do controle da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), que opera o Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), Prates afirmou que a empresa vai rever o acordo feito em 2019, quando assinou um termo de cessação de conduta (TCC) com o objetivo de ajudar na abertura do mercado de gás natural e no fim do monopólio estatal.

A Petrobras detém 51% da TBG e, agora, a nova gestão pretende atuar de modo contrário ao que o governo anterior fazia. Segundo Prates, a empresa vai buscar se defender para manter seus ativos de refino e gás, atuando de maneira diferente do que antes.

O objetivo da mudança é permitir que a Petrobras possa desenvolver o mercado de gás natural no Brasil e se consolidar como agente dominante na oferta do produto, além de estabelecer novas parcerias, explorar “fronteiras” e investir em infraestrutura.

Mercado de gás natural

Ainda durante o evento, o presidente da Petrobras destacou também a pretensão em trabalhar junto com governo e outros agentes a fim de desenvolver o mercado de gás natural brasileiro. Isso, segundo ele, permitirá também otimizar a oferta do produto pela estatal.

No entanto, Prates afirmou que os elevados níveis de reinjeção do gás pela empresa decorrem, em parte, de necessidades próprias da produção de óleo e não por falta de mercado e de infraestrutura.

A fala foi de encontro à declaração do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também em evento da Fiesp, sobre a criação de um grupo de trabalho para estudar o papel do gás natural, junto com a Petrobras, na reindustrialização do país.

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