Com a divulgação do novo plano estratégico da Petrobras (PETR4) se aproximando, diversas notícias e relatórios sobre o tema vêm sendo divulgadas, o que inclui o rumor de que a companhia pode reduzir a previsão de investimentos. Em relatório, o Santander cita três pontos para o investidor se atentar no plano a ser divulgado.
O novo plano estratégico da Petrobras, referente ao período entre 2025-29, deve ser divulgado no fim de novembro ou início de dezembro. Segundo o Santander, o documento pode trazer mudanças significativas, proporcionando à gestão mais flexibilidade na estrutura de capital e dando aos investidores maior clareza sobre a capacidade da empresa de continuar pagando dividendos extraordinários em 2025.
De acordo com os analistas da casa, os principais pontos de atenção incluem:
- Ajuste no teto de endividamento bruto de US$ 65 bilhões: Estima-se que as obrigações de arrendamento da Petrobras possam chegar a US$ 43 bilhões até o final de 2025, devido à adição de novos FPSOs. Para acomodar esses arrendamentos, o teto da dívida bruta pode ser ajustado, aumentando a flexibilidade da gestão financeira da empresa. O CFO da Petrobras, Fernando Melgarejo, já mencionou que esse limite está em revisão, mas um aumento no teto não significa necessariamente que a empresa tomará mais dívidas imediatamente, apenas que terá mais flexibilidade na gestão do capital.
- Maior clareza sobre a posição de caixa mínima: A Petrobras tem mantido uma “posição de referência de caixa” de US$ 8 bilhões, mas há expectativas de que o novo CFO, com sua experiência técnica, traga mais clareza sobre isso, considerando que a empresa tem linhas de crédito de US$ 9 bilhões. Melgarejo sugeriu em uma entrevista que essa posição de caixa está sendo revisada e que, em caso de excesso de caixa, os recursos podem ser distribuídos como dividendos extraordinários.
- Redução do capex para 2025: Espera-se que o capex (investimentos em capital) de 2025 seja reduzido para cerca de US$ 17 bilhões (em vez dos US$ 21 bilhões planejados anteriormente). Isso se deve à possibilidade de a Petrobras priorizar projetos de exploração e produção (E&P) que exijam menos investimentos, mas que gerem retornos mais rápidos e maiores.
De acordo com o Santander, tais mudanças são vistas positivamente pelo mercado, pois podem liberar mais dividendos extraordinários da Petrobras em 2025 e melhorar a dinâmica operacional da empresa a partir de outubro.
O Santander tem recomendação outperform (compra) para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 54.
Por volta das 14h30 desta terça-feira (15), os papéis da Petrobras operavam em queda de 1,41%, cotados a R$ 37,18.