Petrobras (PETR4) e petroleiras privadas caem no Ibovespa nesta quarta; saiba por quê

As ações de Petrobras (PETR4) despencaram nesta quarta-feira (4) no Ibovespa, liderando as perdas do índice, em linha com a queda do petróleo e as promessas da Arábia Saudita e da Rússia de continuar os cortes na produção de petróleo até o final de 2023 sendo compensadas por temores de demanda, informou a agência Reuters.

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No fechamento, as ações preferenciais de Petrobras (PETR4) caíram 3,97%, a R$ 32,62, enquanto as ordinárias recuaram 3,02%, a R$ 35,62. Neste sentido, papéis das petroleiras privadas, ou junior oils, também desabaram em bloco. Confira:

  • PRIO (PRIO3): queda de 2,81%, a R$ 43,90;
  • PetroReconcavo (RECV3): queda de 2,76%, a R$ 19,33;
  • 3R Petroleum (RRRP3): queda de 2,93%, a R$ 29,46.

Cotação PETR4

Gráfico gerado em: 04/10/2023
1 Dia

Segundo fontes informaram à agência Reuters, em reunião nesta quarta-feira, membros do Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) decidiram por manter a política do grupo inalterada. A próxima reunião da equipe será em 26 de novembro.

Também nesta quarta, o Ministério da Energia da Arábia Saudita confirmou que continuará com o corte voluntário de 1 milhão de barris por dia no fornecimento de petróleo bruto até o final deste ano.

Enquanto isso, a Rússia também informou que continuará com os atuais cortes nas exportações de petróleo bruto de 300 mil barris por dia até o fim de 2023 e revisará em novembro o corte voluntário de produção de 500 mil barris por dia, feito em abril.

Ainda de acordo com a Reuters, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse que os cortes voluntários conjuntos da Rússia e da Arábia Saudita ajudaram a equilibrar os mercados petrolíferos.

Novak também saudou o efeito positivo que a proibição da exportação de diesel e gasolina do Krenlin teve no mercado interno, acrescentando que o governo continua a monitorar os preços dos combustíveis na Rússia.

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Petrobras (PETR4) avalia reajuste de combustíveis, afirma Prates

O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira (3) que a estatal está analisando se será necessário realizar um novo reajuste de preços dos combustíveis ainda neste ano, acrescentando que o mercado de petróleo vive hoje uma “tempestade perfeita” depois que a Rússia parou algumas refinarias e o diesel russo deixou de ser uma opção de importação.

Segundo Prates, passado o inverno no Hemisfério Norte, talvez seja possível que os preços retornem para níveis menores. “Já fizemos um ajuste (de preços), e estamos agora analisando a possibilidade ou não de outro reajuste até o fim do ano. O que temos de concreto é que a nossa política de preços está funcionando”, afirmou ele, após cerimônia que marcou a comemoração dos 70 anos da companhia.

Prates explicou que, desde que a empresa mudou sua política de preços, abandonando a paridade com a importação (PPI), ocorreram inúmeras oscilações do barril de petróleo do tipo Brent (a referência usada pelo mercado brasileiro) e também do preço internacional do diesel.

“O ‘crack’ (spread) do diesel disparou, refinarias da Rússia pararam de funcionar, tivemos enxugamento do diesel russo, que estava chegando e fazia um certo colchão de amortecimento (de preço) também. Estamos no mercado com uma espécie de tempestade perfeita que a gente tem de administrar, saber quanto tempo vai durar e quanto tempo temos de colchão para aguentar essa volatilidade”.

Neste contexto, na visão de João Mamade, co-gestor de renda variável da AZ Quest e um dos responsáveis pelo fundo AZ Quest Small Mid Caps FIC FIA, as perspectivas são bastante positivas para a companhia, sendo um ativo barato comparado com empresas do mesmo setor no mundo.

“Na nossa tese na AZ Quest, a gente assume que o preço do petróleo para cima é positivo para os ganhos da empresa. Mas é claro que existem riscos, inclusive o político, do governo segurar o preço e não fazer os reajustes. O repasse do preço, com certeza, ajuda no aumento dos dividendos da empresa”, destacou Mamade.

“A Petrobras vai continuar pagando dividendos como a nova política de preços sugere. A AZ Quest também acredita que os dividendos extraordinários serão pagos, com o barril a US$ 95, ainda há muito espaço para o papel da Petrobras performar, com um upside de 25% a 30% para as ações da empresa”, completou.

Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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