Em novo relatório, analistas do Itaú BBA destacaram que o spread entre as classes de ações da Petrobras (PETR4) nunca esteve tão baixo. No parecer, a casa reiterou sua recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 38.
Segundo os analistas, nos últimos 10 anos, o spread entre ações ordinárias da Petrobras – negociadas sob o ticker PETR3 e preferenciais – PETR4 – ficaram próximas de 16%, na média. Agora, o spread caiu para cerca de 4%.
“O estreitamento do spread entre as ações da Petrobras acompanhou o anúncio do novo política de remuneração acionistas, divulgada em julho de 2023, e a execução do programa de recompra de ações, que começou em agosto do mesmo ano”, explica o BBA.
A projeção do BBA é que o spread entre os papéis deva retornar retornar aos níveis históricos e que este movimento pode ser catalisado pelo fim do programa de recompra de ações da petroleira.
“No ritmo recente da recompra (cerca de 25 milhões de ações por mês), o programa poderá ser concluído até fevereiro (antes da data de fechamento em agosto), tornando a ação preferencial menos atrativa que a ordinária”, explica o BBA.
Os especialistas ainda acrescentaram que o spread também pode ser afetado pelos fluxos de negociação, dado que o fluxo de investidores internacionais tende a ter maior impacto nas ações ordinárias, enquanto as posições de investidores locais afetam mais as ações preferenciais.
“Por exemplo, a propagação tende a aumentar após uma entrada internacional superior a uma entrada local”, detalham.
Além disso, os dados mostram que historicamente o spread tende a ficar acima da média durante períodos de maior percepção de risco para a tese de investimentos da empresa – como foi o caso durante a Investigação da Operação Lava Jato e greve dos caminhoneiros.
Desempenho das ações da Petrobras
As ações ordinárias da Petrobras são negociadas a cerca de R$ 39,70 atualmente, com alta de 47% em 12 meses. Já as preferenciais sobem 59% na mesma janela, cotadas atualmente a R$ 38,20.