Petrobras (PETR4): BofA vê dividendos ainda mais fortes com venda da RLAM

Após a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) pela Petrobras (PETR4), o Bank of America (BofA) afirmou que a negociação melhora a saúde financeira da petroleira e deve contribuir para dividendos mais robustos.

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“A agora saudável situação financeira da Petrobras será ainda mais reforçada com a conclusão da venda da RLAM. Gostamos do foco crescente da empresa no crescimento e de seu forte compromisso com os dividendos. Ao mesmo tempo, questões de preços e risco Brasil são desafios contínuos importantes dada a incerteza das eleições de 2022″, dizem os analistas do banco.

A recomendação do BofA para os papéis preferenciais da Petrobras é de compra, com preço-alvo de R$ 43,50, o que representa potencial de alta de cerca de 40%. Já para os recibos de depósito (ADRs), o preço-alvo é de US$ 15,50, potencial de alta de 39,6% ante a cotação de fechamento de US$ 10,64 em Nova York.

O relatório, assinado pelo analista Frank McGann, frisa que apesar dos riscos contínuos relacionados ao cenário macroeconômico e a relação com o Estado, a petroleira tem “fortes tendências operacionais, juntamente com um forte rendimento de fluxo de caixa livre e alto rendimento de dividendos”.

A venda da RLAM foi feita pelo montante de US$ 1,8 bilhões à MC Brazil Downstream, empresa do grupo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos.

Esta cifra equivale ao preço de compra de US$ 1,65 bilhão, ajustado preliminarmente “em função de correção monetária e das variações no capital de giro, dívida líquida e investimentos até o fechamento da transação.

O contrato ainda prevê um ajuste final do preço de aquisição, que se espera seja apurado nos próximos meses”, explica o fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para operação na RLAM, assumiu a gestão da refinaria nesta quarta (1º). Com essa mudança, a RLAM passa a se chamar Refinaria de Mataripe.

A venda, aliás, figura como a primeira do tipo feita pela Petrobras – o que foi frisado como um ponto positivo pelo analista do BofA.

O presidente da estatal , Joaquim Silva e Luna, também citou que “essa operação de venda é um marco importante para a Petrobras e o setor de combustíveis no país”.

“Acreditamos que, com novas empresas atuando no refino, o mercado será mais competitivo e teremos mais investimentos, o que tende a fortalecer a economia e gerar benefícios para a sociedade”, disse.

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Mais vendas da Petrobras

Com melhores perspectivas após a venda da RLAM, os analistas passam a ver possibilidade de novos desinvestimentos da estatal – o que pode ampliar o caixa da companhia e sinalizar dividendos em níveis semelhantes aos vistos ao longo de 2021.

“A administração da Petrobras indicou que as duas outras vendas de refinaria já contratadas (para as refinarias SIX, Unidade de Industrialização de Xisto) e REMAN (Refinaria de Isaac Sabbá)) poderiam potencialmente ocorrer em 2022. Outras vendas (incluindo relançamento planejado de REFAP / REPAR Alberto Pasqualini / Refinarias Presidente Vargas) não estão nítidos até que ocorram as eleições de 2022  – ou até mais tarde”, diz o BofA.

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No documento, McGann cita que a venda da RNEST (Refinaria Abreu e Lima) só poderá ser concluída após o prosseguimento das reformas na refinaria.

PETR4 tem dividendos recordes

No acumulado de 2021 a Petrobras soma um montante de cerca de R$ 63,4 bilhões pagos aos acionistas – valor recorde para a estatal, que já adiantava a possibilidade de remuneração com melhora do endividamento e da saúde financeira.

Serão R$ 23,3 bilhões que devem ir aos cofres públicos, considerando que a União ainda é o acionista majoritário da Petrobras. O cálculo leva em conta a fatia do capital social detido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento, 0 BNDES.

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Eduardo Vargas

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