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Petrobras (PETR4): troca da diretoria pode ser mais demorada com nova regra do governo

Petrobras (PETR4) - Foto: Agência Petrobras/Geraldo Falcão

Petrobras (PETR4) - Foto: Agência Petrobras/Geraldo Falcão

O presidente Jair Bolsonaro (PL) precisará do aval de quatro órgãos técnicos para ver possíveis indicados para o Conselho de Administração da Petrobras (PETR4). De acordo com a apuração da agência Reuters, esse seria o primeiro passo para a troca da diretoria, seguindo regras publicadas pelo próprio governo.

Desta forma, pode haver uma demora bem maior do que o previsto dentro do processo de indicação e aprovação de novos nomes para o conselho da companhia.

Existe ainda uma maior dificuldade de encontrar candidatos pela governança da Petrobras, uma vez que os indicados precisariam se submeter às ideias do presidente em questões em torno dos preços dos combustíveis, conforme fontes próximas à empresa.

A nova regra imposta pelo governo para a indicação de conselheiros para a empresa pode tornar ainda mais demorada a transição, que seria de aproximadamente 45 dias.

Agora, o processo pode levar mais de 60 dias caso o Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração (Celeg) tome tempo para a aprovação.

Bolsonaro assinou um decreto, em abril, determinando que um comitê de pessoas e sucessão julgue os candidatos antes que uma assembleia geral seja convocada. Esse órgão é composto por três integrantes do conselho de administração e mais dois membros externos.

Anteriormente, o governo poderia apontar um nome para a presidência da Petrobras, acompanhando indicações dos conselheiros. O Ministério de Minas e Energia indicou apenas Caio Paes de Andrade na segunda-feira passada (23). Até então, não havia nenhuma recomendação por parte do conselho. Bolsonaro deixou claro que tende a mudar conselheiros e até diretores da companhia, conforme ressaltou na véspera.

De acordo com a Reuters, integrantes próximos da cúpula da Petrobras afirmam que Bolsonaro quer emplacar até oito conselheiros, contra seis que o governo elegeu na última assembleia, quando os acionistas minoritários ganharam um assento. No total, são 11, incluindo um representante dos funcionários da empresa.

Mas até a última sexta-feira (27) a Petrobras não havia recebido os nomes dos indicados, nem informações sobre o apontado para ser o novo CEO, o que impedia o início da análise do nome de Andrade pelo chamado Comitê de Pessoas, que checa questões como integridade e histórico profissional.

“Esse é mais um indicativo da dificuldade em achar nomes. Quanto mais demora, mais retarda a eventual posse dele. Hoje já se fala em algo que possa acontecer daqui uns 60 dias”, disse uma fonte em condição de sigilo à Reuters, a respeito do prazo para que os novos conselheiros e o novo presidente estejam eleitos.

A Petrobras confirmou ainda nesta semana que as assembleias gerais, inclusive as que são necessárias para eleger conselheiros, estão sujeitas ao prazo mínimo de 30 dias entre a convocação e a realização.

Portanto, para ser convocada, todos os novos nomes precisam ser avaliados anteriormente pelo Celeg, que precisa de cerca de 15 a 30 dias, além do prazo mínimo para a convocação da assembleia.

Ou seja, para montar a lista de indicados rapidamente e ter os nomes aprovados, a reunião de acionistas pode ser marcada até o final de julho, a poucos meses da eleição presidencial, marcada este ano para 2 de outubro, pleito em que o chefe do Executivo concorre ao segundo mandato.

Entretanto, todo o trâmite do processo pode levar ainda mais tempo dependendo dos comitês técnicos.

Cotação da Petrobras

As ações preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 1,99%, a R$ 29,00. No acumulado do ano, a PETR4 ganha 2,37%.

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