O indicado para ser o próximo presidente da Petrobras (PETR4), Caio Mario Paes de Andrade, não deve ter a caneta em mãos para segurar novos reajustes.
Para ter sucesso em postergar aumentos para depois das eleições como espera o governo, terá de convencer os membros da atual diretoria ou esperar uma renovação completa dos indicados do governo ao conselho de administração da Petrobras.
Só assim conseguirá selecionar um novo alto escalão da estatal e garantir maioria para aprovar pautas desejadas pelo governo e, com isso, atrasar eventuais aumentos nas bombas de combustíveis.
Fontes próximas da estatal consultadas acreditam que o próximo presidente da companhia, que deverá ser confirmado no posto nos próximos dias, deverá tentar segurar um novo ajuste ao menos até as eleições.
Uma fonte que conhece de perto as regras da empresa diz que, se Andrade seguir esse caminho, terá de elaborar uma documentação provando que não houve prejuízos ao mercado ou a acionistas com o atraso de se alcançar a paridade dos preços internacionais.
Se não conseguir, poderá até ser questionado na Justiça “na pessoa física“.
Decisão que escolheu presidente interino da Petrobras ‘irritou governo’
Após a renúncia do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, o conselho de administração decidiu nomear Fernando Borges, diretor de Exploração e Produção, como presidente interino da empresa.
Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do O Globo, a decisão irritou o governo.
A intenção era que o escolhido já fosse Caio Paes de Andrade, indicado do Ministério de Minas e Energia para substituir Coelho. O Palácio do Planalto preferia que Andrade fosse apontado como interino, para depois ser efetivado no cargo.
A indicação de Paes de Andrade já foi comunicada à estatal há quase um mês, o que daria tempo suficiente, segundo o Executivo, para que a burocracia resolvesse qualquer pendência previamente.
Além disso, informações da coluna mostram que o governo de Jair Bolsonaro (PL) trabalha atualmente com duas possibilidades para a eleição de Paes de Andrade.
A primeira, seria uma alternativa ‘mais otimista’: a nomeação ainda na quarta (21) após convocação de uma reunião de emergência do Conselho – o que não veio a ocorrer.
A outra seria indicar Andrade entre quinta (23) e sexta-feira (24), no caso de o Conselho entender que seria necessário o Comitê de Pessoas da Petrobras resolver processos burocráticos que constam currículo de Paes de Andrade.
Um ministro de Bolsonaro, ao ser questionado a respeito de sua expectativa sobre a rapidez do processo, disse que “o correto era que a nomeação do Caio fosse feita hoje, mas não confio em mais nada do que sai ali da Petrobras: se não for hoje, será nesta semana.”
Outra fonte ouvida pelo colunista de o Globo foi um integrante do Conselho de Administração da Petrobras. Ele afirmou ter opinião semelhante sobre o prazo. “Até amanhã isso estará resolvido”, disse.
O atual ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida disse recentemente à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, que Caio Paes de Andrade deve ser nomeado presidente da Petrobras “em 2 ou 3 dias”. Mas, para que ele passe a ocupar o cargo definitivamente, a indicação precisa ter o aval do Conselho de Administração da Petrobras.
Com informações do Estadão Conteúdo