A discussão em torno da nova política de preços da Petrobras (PETR4) ainda gera dúvidas nos agentes econômicos. Porém, na visão do Itaú BBA, o que foi proposto pela petroleira “afasta os piores cenários” desenhados pelos especialistas do banco.
“Ainda que não dê muita clareza aos parâmetros e periodicidades dos reajustes, o anúncio afasta os piores cenários que nos preocupam e considera uma abordagem técnica razoável como alternativa ao preço de paridade de importação (PPI) baseado nos valores marginais de produtos para a Petrobras”, argumentam os analistas do BBA Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello.
O trio recorda que, nos últimos meses, uma mudança radical na política de preços da Petrobras “era um grande risco na tese de investimentos na companhia”.
“Esse valor marginal é uma saída do modelo de otimização linear que funciona bem como uma proxy para o custo de oportunidade da empresa para seus produtos e pode indicar diferentes referências de preços entre regiões que podem variar entre as alternativas de exportação e importação para a produção de combustível da empresa. Vemos o valor marginal funcionando como um preço mínimo de referência para a empresa definir preços competitivos para gasolina e diesel em cada região do país, considerando os níveis desejados de market share e utilização da refinaria”, destacam os especialistas.
Além disso, o anúncio parece ter sido bem recebido pelos membros do governo, o que pode ajudar a aliviar a pressão associada sobre a empresa. Resta, porém, a questão de como a empresa conseguirá evitar a transferência da volatilidade para os preços domésticos caso os preços internacionais ou as taxas de câmbio voltem a disparar, forçando os custos de oportunidade significativamente para cima.
Por volta das 15h25 desta quarta (17), as ações da Petrobras eram negociadas em queda de 1,29%, a R$ 25,96.
Qual será a nova estratégia de preços da Petrobras?
O sistema anterior levava em conta os preços do petróleo no mercado internacional, enquanto o novo modelo vai levar em consideração também o mercado interno. Com a mudança na política de preços dos combustíveis, a Petrobras acredita que terá mais flexibilidade para praticar preços competitivos.
Conforme comunicado divulgado pela empresa , a estratégia usa referências de mercado como:
- custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação;
- custo marginal;
A estatal explica que o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos.
O valor marginal para a Petrobras, por sua vez, é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e dos petróleos utilizados no refino.
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