A Petrobras (PETR4) está negociando com grandes produtores de etanol no Brasil para formar uma joint venture no setor de biocombustíveis, conforme anunciado pelo diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, nesta sexta-feira (22).
A iniciativa faz parte do novo plano de negócios da Petrobras para o período de 2025 a 2029, apresentado na noite desta quinta-feira (21).
Segundo Tolmasquim, a empresa pretende entrar no mercado de etanol de forma significativa, focando tanto na produção a partir de cana-de-açúcar quanto, principalmente, na rota do milho, que tem registrado crescimento acelerado no país e se mostrado uma alternativa promissora.
“A ideia é começar grande, sem partir do zero. Esse modelo permite implantação rápida, bastando firmar um acordo estratégico para criar uma nova empresa. Assim, a Petrobras incorporaria um ativo relevante no portfólio de etanol”, afirmou Tolmasquim durante uma coletiva de imprensa.
A movimentação ocorre em um contexto de crescente concorrência entre a gasolina da Petrobras e o etanol no mercado nacional.
O plano estratégico da Petrobras também contempla iniciativas em energias renováveis e tecnologias de baixo carbono, incluindo geração eólica e solar em terra, produção de biocombustíveis como biodiesel e biometano, hidrogênio de baixo carbono, além de projetos de captura, transporte e armazenamento de carbono (CCUS).
O documento foi divulgado na noite de quinta-feira e parece ter sido bem recebido pelo mercado. Isso porque por volta das 16h desta sexta-feira, as ações da Petrobras (PETR4) subiam 3,90% no Ibovespa, cotadas a R$ 39,40.
Em relatórios, casas de análise afirmam que o novo plano de investimentos da Petrobras veio alinhado com as expectativas, sendo que um dos principais destaques ficou por conta da revisão das metas financeiras, o que, na visão dos analistas, favorece o pagamento de dividendos pela estatal.
O Itaú BBA e o BTG Pactual, por exemplo, veem a Petrobras como oportunidade atrativa no curto e médio prazos, enquanto o Goldman Sachs cita alguns riscos que limitam uma valorização significativa da ação.