Em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (13), a Petrobras (PETR4) negou que esteja realizando estudos para a criação de um novo fundo de reserva de dividendos com foco em investimentos. O comunicado vem como esclarecimento a uma matéria publicada pelo jornal O Globo.
Segundo o jornal, a ideia chegou a ser discutida em reunião entre a diretoria da estatal, liderada pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida na última terça-feira (12). O encontro também contou com a presença de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Alexandre Silveira, titular da pasta de Minas e Energia.
De acordo com fontes que falaram ao jornal, Haddad explicou à Lula que o fundo atual, onde são alocados os dividendos extraordinários da Petrobras (R$ 43,9 bilhões), só pode ser usado para pagar dividendos futuros, juros sobre capital próprio (JCP), recompras de ações e absorção de prejuízos – ou seja, não pode ser usada para investimentos nem para abater dívida.
Petrobras (PETR4): ordem para reter dividendos veio de Lula e auxiliares diretos, diz Prates
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, rebateu questionamentos sobre a retenção de dividendos extraordinários promovida pelo conselho de administração.
Em uma postagem na rede social X (antigo Twitter) na quarta-feira (13), Prates disse que a decisão do conselho da Petrobras “foi orientada pelo presidente da República e pelos seus auxiliares diretos”.
Segundo o presidente da Petrobras, falar em “intervenção” na empresa é “querer criar dissidências, especulação e desinformação”. Para Prates, o mercado “ficou nervoso” esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de “adiamento e reserva”. Confira a postagem completa:
Em comunicado ao mercado na última terça-feira (12), a Petrobras negou que tenha “prometido” ou “sinalizado” o pagamento de dividendos extraordinários em evento realizado com analistas e investidores nos dias 30 e 31 de janeiro, em Nova York.
A divulgação da nota da companhia ocorreu após o jornal Valor Econômico citar uma informação dada pela estatal, na página 99 da apresentação aos investidores no evento em Nova York, de que “a remuneração dos acionistas segue o mesmo espectro decisório desde 2021”, ano em que teve início o ciclo de pagamento de dividendos extras da Petrobras.
“A Petrobras procura ser transparente sobre sua governança e seus processos decisórios para que os investidores façam suas análises e cheguem às suas conclusões, em linha com as melhores práticas do mercado, que foi o objetivo do referido evento”, disse a companhia no comunicado.
“As apresentações realizadas no evento, que não continham qualquer informação relevante ainda não divulgada, foram publicadas no site da companhia e arquivadas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Securities and Exchange Commission (SEC), de acordo com a prática usual da Petrobras”, segue o comunicado da estatal.
A Petrobras esclareceu, ainda, que “encontros com analistas e investidores são realizados no curso normal de suas atividades e que não divulga informação relevante não pública em tais eventos”.