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Aumentos à vista? Petrobras (PETR4) confirma que fará discussões na empresa para alterar política de preços

Petrobras (PETR4)

Petrobras (PETR4). Foto: iStock

A Petrobras (PETR4) confirmou neste domingo (14), em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fará discussões internas para fazer mudanças na política de preços da companhia.

Neste domingo, a estatal publicou nota confirmando o que o presidente Jean Paul Prates havia dito na sexta (12): “A Petrobras esclarece que está discutindo internamente alterações em suas Políticas de Preços para diesel e gasolina, que serão analisadas pela Diretoria Executiva da Companhia no início da semana e poderá resultar em uma nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina.”

O texto acrescenta: “A companhia esclarece que eventuais mudanças estarão pautadas em estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis.”

O CEO Jean Paul Prates tinha afirmado na sexta que a companhia vai “reavaliar” o preço dos combustíveis na próxima semana e divulgar informações sobre a sua nova estratégia de preços.

“O critério dos preços da Petrobras vai ser de estabilidade versus volatilidade. Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste, como em 2006 e 2007, mas também não precisamos voltar à maratona de 118 reajustes no ano em um único combustível, como em 2017, o que levou à greve dos caminhoneiros”, disse durante entrevista coletiva sobre os resultados na empresa, que lucrou R$ 38,1 bilhões, como mostrou o Estadão.

Petrobras: CEO diz que “existe chance de reajuste”

Prates afirmou que a Petrobras vai continuar a seguir a referência internacional dos preços do petróleo e derivados e a competitividade interna dos mercados regionais. Segundo ele, sempre que a companhia puder aguardar para responder a uma instabilidade ocasional no mercado internacional, vai fazê-lo em benefício da estabilidade para o cliente. Nesse ponto, ele completou: “Existe chance de haver reajuste? Sim. Nesta semana vamos reavaliar alguns combustíveis.”

O presidente da Petrobras destacou que, nos 100 primeiros dias da gestão, o preço do diesel praticado pela Petrobras caiu 23%, o da gasolina, 4%, e o do GLP (gás de cozinha), 19%.

Ele disse que outro critério que vai nortear a nova política de preços será a relação entre atratividade e abdicação de vantagens. Segundo Prates, a prática do chamado preço de paridade de importação (PPI) levava a uma “abdicação absoluta” das vantagens nacionais, de ter uma “refinaria ao lado do consumidor, do meu cliente principal, de ter estrutura de escoamento e transporte próprias, de ter fonte de petróleo e capacidade de refino nacionais”.

‘Empresa nacional’

Prates voltou a dizer que planeja tornar a Petrobras “novamente nacional”, com presença em todas as regiões do Brasil. “Mostramos isso (aumento da presença da empresa no País) com os investimentos de US$ 2,5 bi no primeiro trimestre”, disse.

O volume investido nos três primeiros meses do ano representou alta de 40,4% com relação ao mesmo período de 2022. Os investimentos da Petrobras são um dos pontos de maior atenção do mercado financeiro em relação à companhia, devido a seu impacto no balanço financeiro e na distribuição de dividendos a acionistas.

A tendência é que esse volume de investimentos aumente ainda mais a partir de agora e, principalmente, a partir do ano que vem, com a entrada em vigor de um novo plano estratégico que vai propor uma investida sólida e escalonada em energias renováveis para fazer frente à transição energética. Na abertura da entrevista, Prates voltou a reforçar a primazia desse processo.

Sobre preços, Prates informou que a Petrobras vai seguir comprometida com preços em equilíbrio com o mercado, que garantam competitividade à empresa, sem perder espaço em áreas de influência das refinarias da empresa.

O presidente da Petrobras destacou que, nos 100 primeiros dias da gestão, o preço do diesel praticado pela Petrobras caiu 23%, o da gasolina, 4%, e o do GLP (gás de cozinha), 19%.

A empresa prepara uma nova estratégia de preços que, segundo Prates disse à imprensa nesta sexta-feira, vai observar os contextos regionais e, também, a relação com cada cliente.

Ele tem dito que os preços não serão mais equivalentes ao de importação, mas não deve “se desgarrar” da referência de preços internacionais das commodities, petróleo bruto e derivados.

Prates reafirma que diretoria da Petrobras conciliará função social e governança em decisões

Prates, reafirmou que a nova diretoria da empresa vai tomar decisões “conciliando” função social e governança. Prates fez a afirmação em mensagem gravada a investidores transmitida durante teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre deste ano.

A posição difere das antigas gestões, mais focadas na maximização das margens de lucro e na geração de valor a acionistas. Na prática, o subtexto da afirmação de Prates é que a empresa deve auxiliar em políticas públicas do governo federal, com ajustes para alcançar preços acessíveis para os combustíveis fabricados pela companhia, aumento de sua capacidade de refino para garantir abastecimento e esforços de transição energética.

Nessa linha, Prates disse na mensagem que, nos seus primeiros 100 dias, sua gestão trabalhou para reorganizar a estrutura da empresa, “preparando-a para o futuro” e para “atuar na vanguarda de uma transição energética justa”.

Com relação ao desempenho da empresa no primeiro trimestre, ele destacou o recorde na produção do pré-sal e o aumento da eficiência de refinarias.

Prates afirmou que vai trabalhar por uma Petrobras “integrada, robusta e longeva” focada no retorno de investimentos, redução do custo de capital, maximização do valor de mercado da empresa e desenvolvimento do mercado de óleo e gás do País.

“O investimento em ativos rentáveis de exploração e produção e a adequação do parque de refino brasileiro são movimentos naturais para garantir a oferta de energia”, disse o presidente da Petrobras.

Ele prometeu, ainda, aprofundar a descarbonização de processos da empresa e desenvolver produtos mais verdes. “O Brasil e a Petrobras têm todas as condições para liderar a transição energética justa sem deixar de ser uma potência do petróleo e gás, disse. Construiremos essa trajetória ao lado de nossas parceiras”, disse em referência a empresas com quem a Petrobras tem formalizado parcerias, casos de Equinor, Shell e outras.

Com Estadão Conteúdo

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