Em resposta à demanda feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, a Petrobras (PETR4) autorizou nesta terça-feira (23) a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para destituir Roberto Castello Branco do cargo de membro do conselho de administração. A estatal também buscou reafirmar que manterá uma política de preços rigorosa.
Em fato relevante divulgado há pouco, a companhia anunciou a convocação de uma AGE, cuja data ficará sob responsabilidade de Castello Branco, para retirá-lo do conselho. A saída tornará o atual presidente da Petrobras inelegível pelas regras expostas no estatuto.
Além disso, o movimento também resultará na destituição dos outros sete membros que compõe o conselho da empresa. A eleição dos oito membros e do novo presidente da companhia também serão realizadas na AGE.
Segundo a Petrobras, a indicação será submetida ao processo de análise de gestão e integridade da companhia, além de objeto de análise pelo Comitê de Pessoas.
Veja o fato relevante na íntegra.
Os membros da Diretoria Executiva têm mandato vigente até o dia 20 de março de 2021.
Petrobras reafirma políticas de preços
Ainda no documento desta terça-feira, a empresa assegurou que o conselho de administração vai continuar a “zelar com rigor pelos padrões de governança da Petrobras, inclusive no que diz respeito às políticas de preços de produtos da companhia.
O anúncio procura acalmar os ânimos do mercado que precificaram negativamente a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para o cargo de Castello Branco depois do reajuste de preços dos combustíveis.
Conforme relatório da XP Investimentos divulgado após a indicação, os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado entenderam a medida “como uma sinalização negativa, tanto (i) de uma perspectiva de governança, dados os riscos para a independência de gestão da Petrobras, como também (ii) por implicar riscos de que a companhia continue a praticar uma política de preços de combustíveis em linha com referências internacionais de preços, ou seja, que reflitam as variações dos preços de petróleo e câmbio.”
Ao SUNO Notícias, especialistas de mercado disseram que a interferência na Petrobras era um sinal de que Bolsonaro deu prioridade para sua própria agenda, em vez de olhar para a economia, deixando para trás as promessas liberais feitas na época da eleição e no início do governo.
Hoje, as ações preferenciais da Petrobras fecharam o pregão em forte alta de 12,17%, a R$ 24,06.