Cotada para CEO da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard ‘reafirma compromisso com crescimento da indústria’

Magda Chambriard, nome indicado para a presidência da Petrobras (PETR4) pelo Ministério de Minas e Energia (MME), fez uma postagem em suas redes sociais ‘reafirmando o compromisso com o crescimento da indústria’ neste domingo (19).

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“Amigos, obrigada pelos cumprimentos e palavras de incentivo. Reafirmo meu compromisso com o crescimento contínuo da nossa indústria!”, publicou Magda Chambriard em seu LinkedIn. Ela deve passar por uma eleição via Conselho de Administração para assumir como CEO da Petrobras nas próximas semanas.

Essa foi a primeira vez que ela se pronunciou oficialmente após ser cotada para estatal.

Segundo informações de bastidores do Broadcast, ela deve tratar inicialmente da questão de oferta de gás, com a aceleração do projeto Rota 3, que deve ser entregue no segundo semestre, possivelmente em julho.

Além disso, ela deve trabalhar para a retomada da fábrica de fertilizantes – o que prevê a reativação da fábrica de fertilizantes do Paraná, além das unidades da Bahia e Sergipe, e a conclusão da planta de Mato Grosso do Sul.

Juntamente com isso, Chambriard estaria visando medidas mais emergenciais, como a continuidade da expansão da capacidade de refino do país e a retiradas de projetos de energia renovável do papel.

Visão ‘pró refino’ de Chambriard preocupa analistas de Petrobras

Tendo seu nome ventilado logo após a demissão de Jean Paul Prates, Chambriard foi recebida com certo ceticismo do mercado justamente por uma linha de pensamento de ‘crescimento da indústria’.

Ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP), Chambriard é vista por analistas como uma personalidade ‘pró refino’ – uma linha de gestão que daria vazão para mais investimentos na estatal, aumentando o Capex e reduzindo o caixa da companhia disponível para distribuir dividendos.

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Além disso, ela foi diretora da ANP justamente no governo Dilma Rousseff e é apontada como tendo uma ‘linha de pensamento’ análoga a da então presidente.

“[Magda Chambriard] é uma pessoa com um histórico dentro da Petrobras, mas ela tem um viés puxado para refinarias e transição energética, que não é o mais rentável dentro da Petrobras. Além disso ela atuou na ANP na época do Governo Dilma Rousseff, é alguém que tem um relacionamento junto a esse grupo político”, analisa João Daronco, analista CNPI da Suno Research.

Nesse sentido, o especialista ressalta justamente que a visão de gestão de Chambriard pode eventualmente se traduzir em menos dividendos da Petrobras.

“Um risco são os investimentos, refinarias e transição energética, o que demanda muito dinheiro, muito Capex. Se aumentamos o Capex, o fluxo de caixa livre diminui, o que irá afetar diretamente os dividendos da Petrobras”, explica Daronco.

“O dividendo anunciado não envolve risco nenhum, mas, para frente, o que pode impactar é uma mudança na política de preços, e também uma mudança nos investimentos, uma aceleração nos gastos. Com mais investimentos sobram menos recursos para dividendos. É um cenário que preocupa. Os dois cenários preocupam, tanto pelos investimentos quanto pelos subsídios ou política de preços”, completa o especialista.

Apesar disso, o analista ressalta que o momento é de cautela e de ponderação, destacando que é necessário que investidores ainda aguardem mais sinalizações acerca do futuro da estatal – especialmente pelo fato de que a troca de CEO da Petrobras ocorreu há poucos dias.

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Eduardo Vargas

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