Petrobras (PETR4): lucro e receita devem cair no 1T24, segundo analistas. E os dividendos?
Previsto para ser divulgado nesta segunda-feira (13), depois do fechamento do mercado, o resultado do primeiro trimestre de 2024 (1T24) da Petrobras (PETR4) deve apresentar retração em seus principais indicadores, mas a maior expectativa está em torno do anúncio de dividendos.
No quarto trimestre de 2023, a Petrobras (PETR4) obteve lucro de R$ 31,04 bilhões, o que representa uma queda de 28,4% em comparação ao mesmo intervalo de 2022.
O consenso Bloomberg apontava que o lucro da Petrobras chegaria a R$ 30,6 bilhões. Outras casas de análise estimavam que esse número poderia variar entre R$ 31 bilhões e R$ 35 bilhões.
Para o 1T24, o BTG Pactual projeta um lucro líquido de R$ 30,1 bilhões, ante R$ 38,1 bilhões reportados no mesmo período do ano passado.
Já a receita líquida da Petrobras deve chegar a R$ 134,9 milhões, menor do que os R$ 139 bilhões alcançados pela companhia no 1T23. Por sua vez, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Petrobras deve chegar a R$ 72,1 bilhões.
No geral, o banco espera outro forte desempenho da Petrobras no 1T24, com os preços do petróleo apenas 1% abaixo do trimestre anterior em reais.
“No geral, prevemos uma geração de caixa da Petrobras de US$ 7,9 bilhões, para resultar em um pagamento de dividendos de US$ 3,5 bilhões. Mais importante, acreditamos que os investidores devem se concentrar no investimento da empresa, pois isso pode fornecer uma boa indicação sobre se a Petrobras será capaz de cumprir a sua orientação anual”, afirmam os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez.
Genial: Petrobras deve reportar trimestre positivo do ponto de vista operacional
Para o 1T24, a Genial Investimentos enxerga um lucro líquido de R$ 37 bilhões para a estatal. Em relação à receita líquida da Petrobras, a casa projeta que o indicador chegue a R$ 129 bilhões. Já a projeção para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de R$ 78 bilhões.
Segundo a Genial, a empresa deve reportar outro trimestre interessante do ponto de vista operacional, tendo em vista o patamar do preço do petróleo ao longo do 1T24 e razoável manutenção da paridade do preço, o que deve favorecer as margens de refino.
“Considerando as nossas estimativas para o 1T24 e a fórmula proposta de dividendos, o dividendo anunciado deve ser de pelo menos R$ 1,3/ação, implicando em um rendimento em dividendos de 3,1% se considerarmos os atuais preços da PETR4. Não consideramos distribuição de dividendos extraordinários nesse trimestre”, escrevem os analistas Vitor Sousa e Israel Rodrigues.
Goldman Sachs projeta pagamento de US$ 2,6 bilhões em dividendos da Petrobras
O Goldman Sachs espera que a Petrobras anuncie US$ 2,6 bilhões em dividendos ordinários – incluindo recompra – juntamente com os lucros, seguindo a política de remuneração dos acionistas da estatal.
O banco também enxerga a empresa oferecendo forte geração de caixa nos próximos dois anos, “combinado com uma governança que a nosso ver, limita (embora não elimine totalmente) os riscos de alocação de capital e desvios significativos entre a referência nacional e internacional para os preços dos combustíveis”, destacam os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.
Citi espera queda de 24% no lucro da Petrobras no 1T24
O Citi projeta que a estatal deve reportar um lucro líquido de US$ 5,5 bilhões no período, queda de 11% na base sequencial e de 24% em um ano. O banco também prevê que a companhia anuncie cerca de US$ 3 bilhões em dividendos ordinários.
No 1T24 da Petrobras, o Citi projeta que as receitas líquidas cheguem a US$ 24,4 bilhões (queda de 10% ante o quarto trimestre de 2023 e de 9% ante o primeiro trimestre de 2023).
Já o Ebitda ajustado da Petrobras deve ficar em US$ 13,4 bilhões, segundo o Citi, estável na comparação trimestral, mas queda de 4% ante base anual.
“Adicionalmente, esperamos que a empresa anuncie cerca de US$ 3 bilhões em dividendos ordinários, considerando sua fórmula de dividendos. Além disso, na nossa visão, a Petrobras recomprou cerca de 26 milhões de ações preferenciais durante o primeiro trimestre de 2024, implicando um desembolso de cerca de US$ 0,2 bilhão (cerca de R$ 1,2 bilhão)”, afirmam os analistas Gabriel Barra e Andrés Cardona.
Para 2024, a expectativa é de que a estatal registre cerca de US$ 49 bilhões em Ebitda ajustado e retorne cerca de US$ 9 bilhões aos seus acionistas, considerando sua política de remuneração dos acionistas (45% do FCL), por seu programa de recompra ou pagamento de dividendos, o que representa cerca de 8,2% de rendimento de dividendos ao preço atual. Somado aos dividendos extraordinários de 2023, implica em cerca de 12% de rendimento de dividendos.
Citi: deterioração da governança traz riscos para pagamento de dividendos
O Citi avaliou também que continua vendo a estatal gerando um bom nível de fluxo de caixa operacional, mas pondera que um aumento no capex nos próximos anos e a deterioração da governança – após recente turbulência no pagamento de dividendos da Petrobras e potencial saída de Jean Paul Prates do cargo de presidente – segue trazendo riscos para os futuros pagamentos de dividendos.
“A principal questão agora é: ‘Os dividendos extraordinários se tornarão recorrentes?’”, questionam os analistas. Eles apontam que alguns fatores como preocupações com o processo do Carf e potenciais impactos de acordos fiscais, além de projetos e potenciais fusões e aquisições que não foram considerados no modelo do Citi, podem diminuir a probabilidade de dividendos extraordinários da Petrobras no curto prazo.
Já o preço atual do petróleo é um risco positivo para as estimativas, visto que o Citi previa anteriormente uma tendência de baixa para a commodity ao longo do segundo semestre de 2024.
Por fim, o banco diz que enxerga a empresa com um valuation justo neste momento e que não vê espaço para alta no que se refere à política de remuneração quando comparando a Petrobras com pares globais.
Desempenho das ações da Petrobras
No intradia, as ações da Petrobras subiam 0,19%, cotadas a R$ 41,66. No mês, os papéis da companhia sobem 3,43%, enquanto no ano, avançam 19,92%.
Cotação PETR4