A Petrobras (PETR4) registrou um lucro líquido de R$ 28,782 bilhões no segundo trimestre de 2023, valor que representa uma retração de 47% na comparação com o mesmo período de 2022, influenciada especialmente pela redução média de 4% nos preços do petróleo Brent e de 40% nos crack spreads internacionais de diesel, além da menor receita com exportações.
Em base ajustada, o lucro líquido da Petrobras sofreu uma queda de 35,9% no mesmo intervalo de tempo, somando R$ 28,789 bilhões. Como explicação, o crack spread refere-se à diferença geral de preços entre um barril de petróleo bruto e os produtos petrolíferos refinados a partir dele.
Também afetaram os resultados da Petrobras as maiores despesas operacionais, com destaque para despesas com impairment (R$ 1,9 bilhão) e tributárias (R$ 600 milhões).
A receita líquida da Petrobras totalizou R$ 113,84 bilhões no segundo trimestre, uma desvalorização de 33,4% ante o mesmo período de 2022 e uma queda de 18,1% ante o primeiro trimestre deste ano.
O Fluxo de Caixa Livre (FCL) atingiu R$ 33,3 bilhões.
A companhia deu diversas explicações para a queda na receita. A primeira foi que as vendas no mercado interno caíram 13% no período em decorrência da redução média de 17% nos preços dos derivados, acompanhando a queda de preços internacionais.
O preço do petróleo no período recuou de US$ 113,78 por barril no segundo trimestre de 2022 para US$ 78,39 por barril no segundo trimestre deste ano.
Este efeito foi parcialmente compensado por maiores volumes, com destaque para a maior competitividade da gasolina frente às principais alternativas de suprimento dos clientes.
“A redução das receitas de gás natural deveu-se principalmente a menores preços, como consequência de reajustes contratuais com as distribuidoras a partir de maio de 2023. Houve uma queda de 37% nas receitas de exportações em comparação ao primeiro trimestre, explicadas principalmente pela redução de 50% nas receitas de exportação de petróleo”, diz o relatório.
Além disso, contribuiu para a queda de receita a desvalorização do Brent entre os períodos.
No segundo trimestre, o custo dos produtos vendidos reduziu 15% em relação ao primeiro, refletindo a diminuição nos custos das importações de petróleo e derivados, devido aos preços mais baixos e menores volumes de importação de petróleo.
Petrobras: diminuição na produção de petróleo
Esse impacto foi parcialmente compensado pelo aumento dos custos com a importação de GNL (gás natural liquefeito), necessário para equilibrar a redução no volume de gás boliviano.
Além disso, a diminuição na produção de petróleo e a queda nos custos com participações governamentais, devido à desvalorização do Brent, também contribuíram para a redução dos custos dos produtos vendidos no segundo trimestre.
O Ebitda da Petrobras (Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado totalizou R$ 56,96 bilhões, uma queda de 42,3% em um ano e de 21,8% ante o primeiro trimestre.
A dívida bruta se manteve sob controle em US$ 57,97 bilhões, mesmo após o aumento dos arrendamentos com a entrada em operação das plataformas (FPSO) afretados Anna Nery e Almirante Barroso, da Petrobras.