A Petrobras (PETR4) registrou lucro líquido de R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), equivalente a uma alta de 26,8% frente aos R$ 42,8 bilhões registrados entre abril e junho de 2021.
Já o lucro líquido recorrente reportado pela Petrobras ficou em R$ 45 bilhões, elevação de 10,1%, sobre os R$ 40,8 bilhões no mesmo período do ano passado.
Sobre o primeiro trimestre de 2022, período em que a Petrobras lucrou R$ 44,5 bilhões, houve aumento de 21,9%, de acordo com a apresentação do balanço da empresa, divulgado nesta quinta-feira (28).
O balanço da Petrobras ficou acima do esperado do consenso medido pela Bloomberg, que esperava um lucro de R$ 35 bilhões.
Em conjunto à alta do petróleo vista no trimestre, a companhia aponta que o resultado também foi impactado positivamente pelo ganho de capital de R$ 14,2 bilhões referentes ao acordo de coparticipação em Sépia e Atapu. Mas esse fatores foram parcialmente compensados pela piora do resultado financeiro, de R$ 18,7 bilhões.
Petróleo Brent dispara
O preço do barril de petróleo Brent, referência para a Petrobras, registrou alta de 12,2% no segundo trimestre do ano, comparado ao 1T22 e 65,3% na comparação anual, para uma média de US$ 113,78 por barril.
Em termos de cotações, a companhia informou que o dólar médio de venda no 2T22 foi de R$ 4,92, com o barril do petróleo Brent em US$ 113,78, levando o preço dos derivados básicos no mercado interno a R$ 665,50.
Isso significa que o dólar médio no trimestre diminuiu 7,2% no ano e 5,9% no trimestre.
Ebitda da Petrobras
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, Ebitda ajustado, da Petrobras foi de R$ 98,2 bilhões no 2T22, aumento de 58,6% na comparação anual e de 26,4% frente ao 1T22.
Enquanto isso, o Ebitda ajustado recorrente somou R$ 99,3 bilhões de abril a junho, crescimento de 65,5% no ano a ano e alta de 27% na comparação com trimestre imediatamente anterior.
O fluxo de caixa livre da Petrobras totalizou R$ 63,4 bilhões no 2T22, expansão de 30,3% na comparação anual e avanço de 56,6% frente ao trimestre anterior.
O balanço indica que as exportações somaram R$ 40,4 bilhões, uma alta de 20,4% na comparação anual e de 15,1% ante o 1T22.
O Ebitda ajustado subiu por consequência, principalmente, à valorização do Brent no período, maiores margens em todos os derivados e gás natural e menores volumes de importações de GNL, conforme o balanço da Petrobras.
Receita sobe
A receita líquida de vendas da petroleira avançou 54,4% em um ano, atingindo R$ 170,9 bilhões no 2T22. Já na comparação trimestral, o avanço foi de 20,7%.
De acordo com o relatório dos resultados do 2T22 da Petrobras, a receita líquida cresceu sobre o 1T22 devido, principalmente, à alta de 12% no barril de Brent, ao maior volume de vendas de derivados e de petróleo e aos maiores preços de derivados e gás natural.
Segundo o relatório financeiro da Petrobras, o crescimento veio “em um contexto de retomada da demanda mundial por petróleo e derivados após o período crítico da pandemia da COVID-19 e oferta impactada pela guerra na Ucrânia”, diz o relatório.
No total das receitas em relação ao segundo trimestre de 2021, destacaram-se as altas da gasolina (+46,7%), da querosene de aviação (+227,4%) e do diesel (+63,9%).
O resultado financeiro da Petrobras foi negativo em R$ 15,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, contra um resultado positivo de US$ 0,6 bilhão no 1T22, que reflete especialmente a depreciação do real frente ao dólar de 10,6% no 2T22, comparada a uma valorização de 15,1% no 1T22.
Dívida da Petrobras
A Petrobras finalizou o segundo trimestre de 2022 com uma dívida líquida de US$ 34,4 bilhões, queda de 14,1% ao valor reportado no encerramento do trimestre imediatamente anterior.
Assim, a relação de alavancagem, medida pela dívida líquida e o Ebitda ajustado, ficou em 0,60 vez, ante 0,81 vez (1º trimestre de 2022) e 1,49 vez (2º trimestre de 2021).
Conforme o resultado da estatal, a queda da dívida bruta ocorre em função de pré-pagamentos e amortizações de dívidas.
Dessa forma, a dívida bruta totalizou US$ 53,5 bilhões de abril até junho, 15,9% abaixo do valor registrado no mesmo período de 2021 e 8,5% com o valor do 1T22.
Petrobras vai pagar R$ 6,73 por ação em dividendos
Pouco antes do anúncio do balanço trimestral, a Petrobras divulgou que vai pagar R$ 6,73 por ação preferencial e ordinária em dividendos. O dividendo da Petrobras no 2T22 é recorde: o total são de R$ 87,8 bilhões.
De acordo com o fato relevante da empresa, o pagamento será dividido em duas parcelas.
A primeira parcela, no valor de R$ 3,366002 por ação preferencial e ordinária em circulação, será paga em 31 de agosto de 2022. A segunda parcela, no valor de R$ 3,366001 por ação preferencial e ordinária, será paga em 20 de setembro de 2022.
Apenas os investidores com ações da Petrobras no dia 11 de agosto terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 12 de agosto as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.