Petrobras (PETR4) fica no topo na lista das empresas mais lucrativas do 1T22; confira o ranking
Na semana em que a Petrobras (PETR4) passa por um momento conturbado, que inclui da troca do presidente à discussão sobre a política de preços, convém lembrar: estatal foi a companhia que mais lucrou no primeiro trimestre de 2022. O levantamento, feito pela Economatica e publicado pela XP, relacionou ainda os maiores prejuízos reportados no período — com a BRF (BRFS3) na frente na lista.
Os números do 1T22 da petroleira são recordes: “A Petrobras obteve lucro de R$ 44,5 bilhões, o maior já registrado por uma empresa de capital aberto brasileira para o trimestre”, lembrou a Economatica. Esse valor equivale a uma alta de 3.718% frente os R$ 1,16 bilhão do 1T21.
Já o lucro líquido recorrente reportado pela Petrobras ficou em R$ 43,3 bilhões, elevação de 2.969%, sobre os R$ 1,141 bilhão no mesmo período do ano passado.
Sobre o quarto trimestre de 2021, período em que a Petrobras lucrou R$ 31,5 bilhões, houve aumento de 41,4%, de acordo com a apresentação do balanço da empresa, divulgado nesta quinta-feira (5).
A estimativa do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (Ineep) para o lucro da Petrobras no 1T22 era de R$ 42,6 bilhões, abaixo do resultado apresentado.
A segunda colocada nesse ranking de maiores lucros foi a outra gigante da Bolsa, a Vale (VALE3), que registrou R$ 23,0 bilhões — no caso da mineradora, porém, o resultado veio abaixo das expectativas dos analistas., com uma queda de 24,4% frente ao mesmo período do ano passado (R$ 30,637 bilhões).
O lucro líquido da Vale, de US$ 4,46 bilhões no primeiro trimestre, ficou 12,19% abaixo da média de US$ 5,08 bilhões apurada pelo Prévias Broadcast, do Estadão, com base nas estimativas de três casas (BTG Pactual, Santander e Inter). O serviço considera que o resultado vem em linha com o esperado quando a variação para cima ou para baixo em relação às expectativas é de até 5%.
O terceiro lugar do ranking do levantamento da Economatica ficou com a Suzano (SUZB3). A companhia de papel e celulose reverteu o prejuízo reportado nos três primeiros meses de 2021 para um lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22).
Em relação ao trimestre anterior, o último de 2021, o lucro líquido de R$ 2,3 bilhões mais que triplicou, com uma alta de 347%.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Suzano de janeiro a março foi de R$ 5,1 bilhões, uma elevação de 5% na comparação com igual período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2021, houve recuo de 19%. Entre as 20 mais lucrativas estão cinco bancos e três empresas de transporte e serviços. Os setores de alimentos e bebidas e energia elétrica têm duas empresas cada um na lista, enquanto outros oito setores aparecem com uma empresa cada.
O ranking revela que os balanços, entregues à CVM até o dia 24 de maio de 2022, das 20 mais lucrativas incluem cinco bancos e três empresas de transporte e serviços. Alimentos e bebidas e energia elétrica são segmentos que têm duas empresas cada um na relação.
Confira as 20 empresas mais lucrativas no 1º trimestre de 2022:
Ranking dos maiores prejuízos tem a BRF na liderança
O levantamento da Economatica mostrou os maiores prejuízos do 1T22, com a BRF (BRFS3) no topo. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão, revertendo lucro de R$ 22 milhões reportado no primeiro trimestre do ano passado.
A receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 12,04 bilhões, aumento de 13,7% sobre os R$ 10,592 bilhões de igual trimestre de 2021. A empresa atribuiu o resultado ao cenário econômico brasileiro e geopolítico mundial que pressionou negativamente o desempenho da companhia no primeiro trimestre.
Chama atenção a presença das gigantes varejistas na lista — entre as quais o Magazine Luiza (MGLU3). A companhia reverteu o lucro e registrou prejuízo líquido de R$ 161,3 milhões. No quesito ajustado, o prejuízo foi de R$ 98,8 milhões.
O prejuízo, conforme o relatório de resultados da companhia, foi influenciado principalmente pelo aumento das despesas financeiras no período. O resultado veio acima do projetado por analistas do mercado — que estimavam R$ 100 milhões no prejuízo.
A Americanas (AMER3) apurou prejuízo líquido de R$ 137,3 milhões no primeiro trimestre de 2022, uma melhora de 38,8% ante o mesmo período de 2021. Esse resultado, porém, desconsidera efeitos considerados não recorrentes. “Desconsiderando os efeitos não recorrentes do ágio da Local, no valor de R$ 100,9 milhões, o resultado líquido seria de R$ -238,2 milhões (prejuízo)”, afirma a companhia.
O ranking da Economatica indica que 14 empresas amargaram prejuízo acima de R$ 100 milhões. “O setor de comércio liderou a lista, com quatro empresas entre os maiores prejuízos. O setor de petróleo e gás ficou com três empresas no ranking negativo, e os setores de construção, energia elétrica e transportes e serviços têm duas empresas cada”, lembra a XP.
Veja as 20 empresas com os maiores prejuízos no 1T22:
Dividendos da Petrobras (PETR4) de R$ 31 bilhões “roubaram o show” no balanço do 1T22
A Petrobras apresentou um lucro 38 vezes maior do que o registrado no período de janeiro a março de 2022. Segundo o balanço da petroleira, o lucro líquido deste ano chegou a R$ 44,56 bilhões frente o montante de R$ 1,16 bilhão do ano passado.
Embora o lucro da petroleira tenha sido forte e acima do esperado pelo mercado – o consenso Refinitiv esperava R$ 37,16 bilhões -, o que brilhou os olhos dos investidores foram os dividendos da Petrobras.
O lucro robusto da estatal, com forte geração de caixa, permitiu que a empresa anunciasse mais uma forte rodada de distribuição de dividendos. O valor aprovado pela Petrobras foi de R$ 3,72 por ação, equivalente a 11,3% de dividend yield sobre as ações PETR4.
Para a XP Investimentos, os dividendos estão proporcionando aos investidores um bom retorno total das ações, porém, os ruídos políticos em torno do preço dos combustíveis mantém o valor das ações reprimido. O Itaú BBA também destaca que o desconto nas ações da Petrobras em relação aos seus pares globais se dá pelo período eleitoral no Brasil, que tem no preço dos combustíveis uma das principais pautas da campanha dos candidatos.