Petrobras (PETR4): entidades vão à CVM e TCU por possíveis irregularidades na venda da SIX

Nesta segunda-feira (10), duas entidades do setor petroleiro anunciaram que entraram com ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Tribunal de Contas da União (TCU) para averiguar irregularidades na venda feita pela Petrobras (PETR4) da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), relativas à pirataria industrial em negócios envolvendo a tecnologia Petrosix.

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A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) apontam denúncias feitas pelo jornalista Leandro Demori, publicadas na semana passada.

Segundo a reportagem, houve o favorecimento à empreiteira Engevix e à Irati Energy, subsidiária do grupo canadense Forbes & Manhattan pela compra da SIX, em novembro do ano passado, por US$ 41,6 milhões (R$ 210 milhões) — valor considerado abaixo do preço de mercado.

Afinal, o lucro registrado pela SIX no último ano foi cerca de R$ 200 milhões. “Além disso, o preço de venda foi menos da metade do que a SIX desembolsou, no acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), para sanar as dívidas relativas ao não recolhimento de royalties sobre as atividades de lavra do xisto durante o período entre 2002 e 2012 (R$ 540 milhões)”, afirma o presidente da Anapetro, Mario Dal Zot.

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Pai de juíza da Lava Jato envolvido em pirataria na Petrobras

Ainda segundo a reportagem-denúncia, um relatório elaborado pela Petrobras em 2012, revelado por Demori, mostra que a estatal recomenda que não fossem feitos contratos futuros com o banco Forbes & Manhattan. Isso porque foi concluído, na ocasião, que o banco havia feito o uso indevido de informações sigilosas, por meio da atuação de ex-funcionários da empresa.

Esse fato diz respeito à pirataria industrial envolvendo a Petrosix. Os ex-engenheiros da Petrobras, Jorge Hardt Filho, João Carlos Gobbo e João Carlos Winck, quando já estavam aposentados da estatal e trabalhando para a Engevix, teriam fornecido informações sobre a tecnologia da Petrobras para a extração do xisto.

Também chama a atenção na apuração de Demori o fato de Jorge Hardt ser pai de Gabriela Hardt, juíza substituta de Sergio Moro durante a operação Lava Jato, que investigou movimentações ilícitas e casos de corrupção envolvendo a Petrobras. Segundo a reportagem, a Engevix teve seus negócios revirados pelos investigadores e caso da Petrosix passou em branco.

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Janize Colaço

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