A Petrobras (PETR4) divulgou nota ao mercado comunicando que deu início à produção de petróleo e gás natural no campo de Sépia, que fica na região do pré-sal da Bacia de Santos.
A operação da estatal no campo de Sépia começou na FPSO Carioca (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás), que é afretada junto à Modec, possui, segundo informou a Petrobras em fato relevante, capacidade de processamento diário de até 180 mil barris de óleo e de comprimir até 6 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo comunicado ao mercado.
Está localizada a 200 km da costa do Estado do Rio de Janeiro, a 2.200 metros de profundidade.
O projeto prevê a interligação de sete poços produtores e quatro poços injetores ao FPSO. O escoamento da produção de petróleo será feito por navios aliviadores, enquanto a produção de gás será escoada pelas rotas de gasodutos do pré-sal.
O projeto também conta com sistema de remoção de CO2 presente no gás produzido e de reinjeção na jazida, o que deve reduzir o lançamento de dióxido de carbono na atmosfera e melhorar a recuperação de óleo.
A jazida compartilhada de Sépia é composta pelos campos de Sépia e Sépia Leste, localizados em áreas da Cessão Onerosa e Concessão (BM-S-24), respectivamente, operada pela Petrobras (97,6%), em parceria com a Petrogal Brasil S.A. (2,4%).
MME propõe mudar modelo de licitação de áreas do pré-sal
O Ministério de Minas e Energia (MME) estuda alterar o modelo de venda de áreas com potencial de produção no pré-sal.
Hoje, essas áreas são inseridas num leilão com características específicas, em que sai vencedor quem apresentar a melhor promessa de repasse de uma fatia do lucro à União.
Esse é o modelo de partilha, que deve ser substituído pelo modelo de oferta permanente, hoje voltado para a oferta de blocos em fase de declínio, de áreas que não receberam oferta em leilões passados e também de concessões devolvidas.
Na oferta permanente, sai vencedor quem apresentar a melhor proposta de pagamento de bônus na assinatura do contrato de concessão e também quem oferecer a melhor proposta de investimento na exploração de cada área, num programa exploratório mínimo (PEM). A compensação financeira aos governos é a mesma cobrada dos campos localizados no pós-sal – royalties, participações especiais (cobrados dos campos maiores) e pagamento pela ocupação ou retenção de área.
Mas, para inserir as áreas de pré-sal no modelo de oferta permanente, é possível que o governo tenha de receber o aval do Congresso. Isso porque há uma lei que rege o modelo de licitação de áreas de pré-sal localizadas em uma região considerada mais nobre, no litoral do Espírito Santo até Santa Catarina, conhecida como polígono do pré-sal. A Lei da Partilha (12.351) foi criada em 2010, quando iniciou-se a produção no primeiro grande campo do pré-sal, o de Lula, rebatizado de Tupi, recentemente. Já há projeto de lei propondo o fim do polígono do pré-sal.
“Estamos estudando a possibilidade de colocar blocos do regime de partilha também em oferta permanente, abrindo o polígono do pré-sal para esse modelo. Isso poderá ser feito também das áreas a 200 milhas náuticas. Isso vai depender dos entendimentos com o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética)“, afirmou o diretor do departamento de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural do MME, Rafael Bastos da Silva, participante de evento técnico promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para apresentar as áreas que serão oferecidas no terceiro ciclo de oferta permanente. Ao todo, vão ser ofertadas 1068 áreas.
Nessa modalidade, o prazo entre a apresentação da primeira oferta e a conclusão da licitação é de 90 dias, período em que a ANP recebe as informações das áreas de interesse das empresas, as ofertas e avalia a capacidade das petrolíferas de arcar com os compromissos.
Cotação da Petrobras nesta segunda (23)
A Petrobras (PETR4) fechou com ganho de 1,57%, negociada a R$ 27,02, em dia de alta no preço do petróleo Brent.
(Com informações do Estadão Conteúdo)