A Petrobras (PETR4) investiu R$ 120 milhões no ano passado para monitorar 94 espécies, por meio de seu Projeto de Monitoramento de Praias (PMP). A companhia resgatou mais de 23 mil animais debilitados ou mortos com seu projeto, que cobre mais de 3 mil quilômetros do litoral brasileiro, englobando mais de 10 Estados. Por causa desses números, é considerado o maior projeto de monitoramento de praias do mundo.
Acompanhado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), o PMP tem como objetivo avaliar as possíveis interferências das atividades de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras sobre os tetrápodes marinhos (aves, tartarugas e mamíferos marinhos), por meio do monitoramento das praias, do atendimento veterinário aos animais vivos debilitados e da coleta para estudos dos animais mortos.
Todos os animais marinhos encontrados debilitados são avaliados e, quando necessário, encaminhados para o atendimento veterinário. Após a estabilização clínica, eles são reintroduzidos na natureza. Entretanto, antes da soltura, todos recebem uma marcação para possibilitar sua identificação caso retornem ao litoral brasileiro.
Entre as aves marinhas, os Pinguins de Magalhães foram destaque na pesquisa, com aproximadamente 6.800 animais registrados, um número 20% maior que no ano passado, quando foram registrados quase 5.700 pinguins, no mesmo período.
Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo foram os Estados com maior incidência de animais registrados pelo projeto. Santa Catarina, por exemplo, teve quase nove mil animais encontrados debilitados ou mortos; seguido de Rio de Janeiro e São Paulo, com quase quatro mil cada.
Segundo o levantamento, foram 94 espécies monitoradas e praticamente a metade dos indivíduos eram tartarugas marinhas (10 mil). No Brasil, ocorrem cinco espécies, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro.
Litoral sudeste lidera casos de monitoramento da Petrobras
De acordo com os dados obtidos em 2021, o litoral sudeste é o local com maior incidência: Rio de Janeiro (cerca de 2.600), São Paulo (com mais de 1.600) e Espírito Santo (aproximadamente 1.500). Os pesquisadores explicam que em muitos casos as tartarugas são encontradas machucadas por algum apetrecho de pesca ou debilitadas por ingestão de lixo.
Outras espécies de aves encontradas pelos pesquisadores foram: gaivotas, atobás, bobo-pequeno e fragatas. De acordo com os dados, no Rio de Janeiro, muitos animais foram encontrados com lesão por interação com linha de pipa.
“Este número cresceu nos últimos anos com a pandemia. Antes era comum atendermos animais com ferimentos causados por linha de pipa no verão ou férias escolares, mas, com a pandemia e as crianças mais tempo em casa, o número infelizmente se tornou constante nos meses do ano”, explica Juliana Savioli, coordenadora veterinária da Econservation, empresa responsável pela execução do projeto da Petrobras no litoral fluminense.
(Com informações da Agência Estado)