A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai investigar se as negociações dos papéis da Petrobras (PETR3;PETR4), pouco antes do anúncio de demissão de Roberto Castello Branco pelo presidente Jair Bolsonaro, envolveram o uso de informação privilegiada, conhecido como insider trading.
Segundo o jornal O Globo, no dia 18 de fevereiro, dia anterior ao anúncio de Bolsonaro, quatro milhões de opções de ação da estatal foram compradas em duas transações realizadas por intermédio de uma mesma corretora, a Tullet Prebon. Os papéis foram comprados por R$ 160 mil e, segundo o veículo, podem ter rendido até R$ 18 milhões com a venda.
A primeira compra do dia 18 aconteceu às 17h35, vinte minutos após o final da reunião do presidente com os ministros, que discutiram a alta do preços dos combustíveis. A segunda aconteceu às 17h44 e, cerca de uma hora depois, Bolsonaro iniciou sua live afirmando que o aumento nos preços teria “uma consequência, obviamente”.
Segundo apurou o jornal, a autarquia está buscando informações com a corretora que intermediou as operações e com a Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A CVM planeja abrir uma investigação formal nos próximos dias.
O que é Insider Trading?
O insider trading é o uso de informações privilegiadas para obter lucros e vantagens no mercado financeiro. Ele acontece quando alguém tem acesso a alguma informação relevante antes do restante dos investidores, e utiliza tal informação para negociar ativos no mercado e lucrar.
O insider trading costuma ser praticado por pessoas que trabalham diretamente em uma companhia listada na bolsa. Ou seja, funcionários, administradores, conselheiros e demais prestadores de serviço.
Cotação da Petrobras
Nesta terça-feira (2), por volta das 13h10, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) tinham queda de 2,05%, negociadas a R$ 21,53. Já as ordinárias (PETR3) operavam a -1,50%, cotadas a R$ 21,69. Por sua vez, o Ibovespa tinha queda de 1,30%, a 108.898,53 pontos.