A Petrobras (PETR4) vai divulgar seu plano estratégico 2024-2028 na próxima sexta-feira (24), disse o presidente-executivo da estatal, Jean Paul Prates, em evento nesta quarta-feira (22). A informação é da agência Reuters.
A Reuters informou no início deste mês que o plano estratégico da Petrobras envolverá cerca de US$ 100 bilhões em investimentos, acima dos US$ 78 bilhões projetados no plano anterior 2023-2027.
Ainda durante evento, Prates afirmou que a Petrobras é parte “importantíssima” do plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Brasil na agenda da transição energética, e que a companhia vai cumprir à risca o que Lula definir dentro das regras e ritos.
BTG: O que esperar do novo plano estratégico da Petrobras?
Em relatório divulgado na terça-feira (21), o BTG Pactual (BPAC11) acredita que o novo plano de investimento da Petrobras não impedirá a capacidade da empresa de distribuir ‘substanciais dividendos’ no futuro.
Ainda de acordo com o BTG, se o plano se aproximar da marca dos US$ 100 bilhões (incluindo um possível orçamento de aquisição), as reações do mercado podem ser neutras, uma vez que os investidores já estão antecipando despesas na ordem dos US$ 90-US$ 100 bilhões.
Para o ano que vem, o banco prevê que a Petrobras invista US$ 20 bilhões.
O BTG tem recomendação de compra para as ações de Petrobras, com preço-alvo a US$ 16,00.
Petrobras (PETR4): substituição de Prates teria recepção negativa no mercado, diz BTG
Também em relatório na última segunda-feira (20), o BTG Pactual comentou uma apuração feita pelo jornal O Globo de que o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentaria nesta semana ao presidente Lula uma sugestão de substituto para o atual presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates.
O BTG acredita que Jean Paul Prates é visto pelos acionistas minoritários como uma das melhores opções disponíveis para esta posição, e que o mercado receberia uma possível substituição de forma negativa. O banco lembra que o governo não fez nenhuma proposta oficial de mudança na presidência da estatal.
Além disso, o BTG reforça que a Petrobras tem seguido sua nova política de preços – alterada em maio – e evitado repassar a volatilidade dos preços aos consumidores, tanto nas tendências de alta quanto de queda.
“Portanto, se os preços mais baixos persistirem, prevemos algum reajuste no curto prazo“, pontuaram os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte.
Ainda de acordo com o BTG, mesmo que haja uma mudança no comando, não acredita que a política de preços da Petrobras possa ser alterada para algo que potencialmente obrigue a empresa a praticar preços abaixo do PPI por um longo período.
“Isso provavelmente exigiria mudanças na lei das empresas públicas, que determina que qualquer subsídio concedido por uma empresa pública deve ser compensado pelo governo”, avalia.
Petrobras (PETR4) atualiza valor de dividendos; veja
Conforme comunicado nesta terça (21), a Petrobras atualizou o valor a ser pago nos seus próximos proventos.
Inicialmente esses dividendos da Petrobras foram divulgados no dia 9 de novembro.
Segundo a estatal, em decorrência do programa de recompra de ações, houve alteração do número de ações em tesouraria.
Com isso, o valor bruto dos dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) por ação a serem pagos com base no balanço de 30 de setembro de 2023 foi alterado.
O novo valor dos dividendos da Petrobras é de R$ 1,3453475 por ação ordinária e preferencial.
Tanto os dividendos quanto os JCP da Petrobras serão pagos em duas parcelas:
- Primeira parcela, no valor de R$ 0,672674 por ação ordinária e preferencial (R$ 0,2432872 sob a forma de dividendos e R$ 0,4293868 sob a forma de JCP)
- Segunda parcela, no valor de R$ 0,6726735 por ação ordinária e preferencial (paga integralmente sob a forma de dividendos)
A primeira parcela será paga em fevereiro de 2024 e a segunda em março de 2024.
A data de corte segue a mesma, do dia 21 de novembro. As ações da Petrobras passam a ser negociadas “ex-direitos” na B3 e na NYSE a partir de 22 de novembro.
Entenda os dividendos da Petrobras
Segundo a empresa, essa distribuição está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas, aprimorada em 28 de julho que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões), a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre.
Esses proventos já levam em consideração o valor de ações recompradas no terceiro trimestre de 2023 de R$ 974 milhões, que foi descontado do total da remuneração aos acionistas calculada pela política de dividendos da Petrobras.
“Importante ressaltar que esses proventos serão abatidos da remuneração aos acionistas a ser aprovada na Assembleia Geral Ordinária de 2024 relativos ao exercício de 2023. Os valores de cada parcela serão atualizados pela variação da taxa Selic de 31 de dezembro de 2023 até a data de cada pagamento”, diz a empresa.
No segundo trimestre desse ano, a companhia distribuiu R$ 14,8 bilhões em proventos a seus acionistas e, nos três primeiros meses do ano, R$ 24,7 bilhões (ainda sob a regra de 60% do fluxo de caixa livre). Com isso, o montante total de dividendos anunciado para os nove primeiros meses do ano chegou a R$ 57 bilhões.
Dona de 36,6% do capital da empresa, via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar, a União deve ficar com até R$ 6,4 bilhões dos dividendos aprovados. Somando às parcelas do Tesouro referente ao primeiro semestre, a arrecadação com dividendos já chega a R$ 20,8 bilhões em 2023. Em 2022, a União ficou com cerca de R$ 79 bilhões do total de R$ 215,7 bilhões distribuídos a acionistas relativos àquele exercício.
No acumulado de 2023, os papéis da Petrobras sobem 60% no acumulado do ano.
Desempenho das ações da Petrobras
Cotação PETR4