Após garantir o financiamento de seu plano estratégico, o foco da Petrobras (PETR4) é a distribuição de dividendos. A afirmação foi feita pela CEO da companhia, Magda Chambriard, em teleconferência sobre o novo plano de negócios da estatal.
Chambriard destacou que a política de distribuição de dividendos da Petrobras reflete o compromisso da empresa com seus acionistas.
“Esse compromisso foi cumprido com êxito, reforçando que a Petrobras não pretende acumular recursos desnecessariamente. Com caixa suficiente para financiar nosso plano de negócios, o excedente será distribuído aos acionistas como dividendos”, explicou a CEO.
A executiva enfatizou também importância do setor de petróleo no Brasil, mesmo em um cenário de transição energética.
“O país não pode abrir mão do combustível fóssil enquanto realiza essa transição. A prioridade é investir, e a política de dividendos só entra em cena após assegurar o financiamento do plano de negócios”, disse.
Segundo ela, o pagamento de dividendos, sejam ordinários ou extraordinários, só ocorrerá após essa garantia.
Investimentos e Produção
A alocação de capital da Petrobras segue focada em exploração e produção, com um investimento planejado de R$ 111 bilhões, representando um aumento de 35% em relação ao ciclo anterior.
“Esse acréscimo reflete tanto o aumento no número de projetos quanto nos valores alocados, reforçando o compromisso da companhia com o crescimento”, explicou a CEO da Petrobras.
A PETR4 projeta ainda um aumento significativo na produção. Em 2024, a expectativa é de um incremento de 100 mil barris por dia, atingindo 2,5 milhões de barris diários entre 2027 e 2029. Esse crescimento posiciona a estatal como uma das poucas do setor com perspectivas de expansão na produção, segundo a executiva.
Magda Chambriard também alertou que, devido à natureza não renovável do petróleo, a produção eventualmente atingirá um pico antes de começar a declinar. Para mitigar essa queda, a empresa planeja intensificar a exploração em novas áreas, como as bacias da Margem Equatorial.
Perspectivas e Sustentabilidade
Mesmo diante de uma demanda global em declínio, a presidente da Petrobras destacou que o petróleo continuará sendo relevante até 2050. “Nos próximos 25 anos, a Petrobras manterá o foco na exploração e produção de petróleo, paralelamente aos investimentos em fontes renováveis”, afirmou.
Ela ressaltou também a importância estratégica da Petrobras para o Brasil: “Interromper a produção nacional tornaria o país mais dependente de importações, encarecendo a cadeia de derivados para os brasileiros e prejudicando a economia.”
Por fim, Magda assegurou que o portfólio de projetos da Petrobras está alinhado com os cenários previstos pelo Acordo de Paris e com as diretrizes do governo brasileiro para a transição energética. “Estamos integrados a essas metas, conciliando a produção de petróleo com investimentos em tecnologias sustentáveis”, concluiu.