Petrobras (PETR4): produção de etanol é risco ou oportunidade?

De acordo com o Broadcast, a Petrobras (PETR4) vem explorando parcerias para retomar a sua produção de etanol, e o BTG Pactual emitiu um relatório avaliando os possíveis impactos desse movimento para a companhia.

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A PETR4, segundo a publicação, teria uma preferência pelo etanol de milho em detrimento ao etanol de cana de açúcar. Além disso, a fase de avaliação em relação ao tema deve durar todo este ano, com passos concretos previstos para 2026.

A estatal estaria analisando a situação financeira e operacional dos principais players do setor de etanol, incluindo Inpasa, FS Bioenergia, Tereos Brasil e São Martinho (SMTO3).

Além disso, a companhia estaria considerando parcerias com subsidiárias de bioenergia de petroleiras, como Raízen (RAIZ4) e BP Bunge Bioenergia. No entanto, fontes internas apontam resistência ao projeto devido a potenciais conflitos com o negócio principal da Petrobras, focado em óleo e gás.

O BTG Pactual destaca que as ações da São Martinho subiram cerca de 5% após a divulgação da notícia, uma vez que, recentemente, a empresa ingressou no mercado de etanol de milho com um projeto greenfield, que hoje representa cerca de 200 milhões de litros anuais, o equivalente a 20% de sua produção total de etanol. Isso, portanto, a posiciona como uma potencial parceira para a Petrobras.

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Contudo, a Petrobras deixou claro em sua chamada do Plano de Negócios que os projetos visam volumes na casa de 2 bilhões de litros. Com essa ambição, apenas gigantes do setor, como Inpasa e FS Bioenergia, teriam capacidade para atender a essa demanda, reduzindo as chances de São Martinho se tornar uma parceira estratégica.

Apesar do entusiasmo inicial do mercado, os analistas do BTG Pactual alertam para os riscos envolvidos na entrada da Petrobras no setor de etanol de milho. O segmento cresceu rapidamente, representando atualmente cerca de 25% da produção de etanol do Brasil em menos de uma década. Investimentos privados superiores a R$ 20 bilhões já foram comprometidos para expandir a capacidade de produção nos próximos anos.

A injeção de capital adicional por parte da Petrobras poderia levar a uma supercapacidade produtiva, diz o BTG, desestabilizando o equilíbrio do setor. Os analistas consideram que, a longo prazo, a entrada da Petrobras representa mais uma ameaça do que uma oportunidade para o mercado de etanol.

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Guilherme Serrano

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