Petrobras (PETR4): estratégia comercial compensará volatilidade do petróleo, diz Prates

O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, disse nesta segunda-feira (9) que o conflito no Oriente Médio vai trazer mais volatilidade ao preço do petróleo, e que a nova estratégia comercial da companhia vai ajudar a mitigar uma eventual disparada no valor dos derivados, principalmente do diesel, que já vinha pressionado.

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No governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras abandonou a política de paridade de preço internacional (PPI), criada no governo de Michel Temer e que considerava as cotações do petróleo no mercado externo.

“Provavelmente vamos ter mais volatilidade no preço, o que vai salientar de novo a utilidade da política de preços que a gente tem colocado em prática com o governo federal”, disse, ao chegar a evento promovido pelo consulado da Noruega no Copacabana Palace, no Rio.

Prates destacou especialmente uma possível aceleração no preço do diesel, mas disse que ainda é preciso acompanhar o desenrolar dos acontecimentos. “Não tem de fazer muito mais do que a gente está fazendo, tem de ir acompanhando os preços, principalmente do diesel, e ir se organizando”, explicou. “Isso não quer dizer que vamos fazer ajuste o tempo todo”.

Pressão

O conflito atual em Israel se soma à recente decisão dos governos de Rússia e Arábia Saudita de reduzirem a produção de petróleo, numa tentativa de forçar a subida dos preços. Juntos, os dois países respondem por uma redução de 1,3 milhão de barris por dia.

O atual cenário global resulta em uma combinação perversa: queda na produção com aumento da demanda, sobretudo vinda da China. “A ficha do mercado caiu”, afirma Walter de Vitto, economista e sócio da Tendências Consultoria. “O mercado ficou deficitário. Está se consumindo mais do que produzindo. Isso vai levar a um enxugamento de estoques neste segundo semestre, e os preços estão refletindo esse cenário”.

“Depois da pandemia, a Opep fez cortes para ajustar o mercado. Houve um descasamento muito grande entre demanda e oferta naquele momento, e acumulou-se muito estoque”, lembra o economista. “Quando os estoques recuaram e estavam num nível de maior equilíbrio, (os países) começaram a aumentar a produção.”

Por ora, a expectativa é de que os preços do petróleo fiquem mais pressionados no curto prazo, mas há uma tendência de arrefecimento na cotação. Em dezembro, a consultoria estima um relaxamento do corte de produção e também trabalha com uma expectativa da queda da demanda diante da esperada desaceleração da economia mundial em 2024. “Os estoques devem refletir um cenário de maior equilíbrio do mercado”, afirma de Vitto.

O analista não acredita que a atual administração da Petrobras adote uma política parecida com a do governo Dilma Rousseff, de segurar repasses de preços e que provoca um descasamento muito grande com o cenário internacional. O último reajuste da companhia foi em 16 de agosto.

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Petrobras (PETR4): BBA mantém cautela e vê ‘falta de clareza’ sobre dividendos

Em nova análise sobre as ações da Petrobras, analistas do Itaú BBA destacaram que preferem seguir “às margens” até terem uma visão mais clara sobre alguns pontos da empresa.

No relatório, especialistas mantiveram a recomendação marketperform – equivalente à neutra – para as ações da Petrobras.

Atualmente, o preço-alvo da casa é de R$ 38 para PETR4.

“Este ano, adotamos uma abordagem mais cautelosa que nos levou a ficar à margem até termos uma visão mais clara sobre alguns pontos que são, a nosso ver, cruciais para o investimento da Petrobras, como as alterações na política de preços dos combustíveis, a nova política de remuneração de acionistas, a expansão do plano de investimentos e possíveis negócios de M&A”, diz a casa.

“Ao longo dos últimos meses, os anúncios dos novos preços e política de remuneração de acionistas descartaram os piores cenários que nos preocupavam desde no ano passado, apoiando a percepção de uma redução do risco da história e alimentando um ganho excelente nas ações, de 46% em 2023 (71% se considerarmos a remuneração total dos acionistas)”, completa.

Especialistas ainda apontam que os requisitos de governança interna da empresa para aprovação e implementação de novos projetos de capital implicam que os projetos de energias renováveis anunciados estejam muito longe da maturidade (especialmente na energia eólica offshore).

Com isso, o BBA não espera que o Novo Plano Estratégico previsto para ser lançado em novembro vá introduzir quaisquer mudanças importantes nos planos de despesas de capital para um futuro próximo.

“No entanto, ainda não temos clareza sobre um componente crucial na empresa: o potencial pagamento de dividendos extraordinários. Vemos expectativas de um dividendo extraordinário significativo pagamento como um atual fator decisivo na preferência dos investidores pela Petrobras (entre ambos locais e investidores internacionais)”, observa o BBA.

“A intenção declarada da empresa de expandir os investimentos em energias renováveis poderia gerar um caixa retenção no final do ano para ajudar a enfrentar esses desafios futuros, levando a uma expansão das reservas de lucros da empresa e limitando qualquer potencial dividendo extraordinário este ano”, segue.

Os especialistas ainda citam que um potencial acordo com a União Federal para resolver algumas disputas fiscais de longa data em O CARF também poderia limitar um potencial dividendo extraordinário.

Desempenho das ações da Petrobras

Cotação PETR4

Gráfico gerado em: 10/10/2023
1 Dia

Com informações de Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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