A Petrobras (PETR4) anunciou aumento de 8,89% no preço médio do diesel para as distribuidoras, válido a partir da quarta-feira (29). Dessa forma, o preço médio do litro do combustível nas refinarias passará de R$ 2,81 para R$ 3,06.
De acordo com a Petrobras, o reajuste é importante para garantir que o mercado fique sem riscos de desabastecimento. O aumento reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio.
A companhia estava há 85 dias sem realizar ajustes nos preços dos combustíveis. A estatal informou que evita o repasse imediato para os preços internos devido à volatilidade externa causada por eventos conjunturais.
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula uma defasagem de R$ 0,50 por litro em comparação ao mercado internacional, o dobro da revisão concedida pela Petrobras nesta terça.
O óleo diesel foi o único produto que teve o preço reajustado pela empresa hoje, embora os valores da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) também sejam calculados a partir da variação da cotação do petróleo e do câmbio, como o diesel.
Petrobras diz que alta do petróleo indica necessidade de reajuste de combustíveis
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, tinha informado ontem (27) que a empresa avalia reajustar os valores dos seus derivados de petróleo. A petroleira admite que seus preços estão inadequados com a realidade do mercado internacional, mas não declarou de quanto seria a defasagem e nem a qual produto se referia.
“O patamar elevado do Brent nos indica necessidade de fazer algum movimento (de preço)”, disse o general, em coletiva de imprensa. “A gente está olhando com carinho a possibilidade de reajuste de preço dos combustíveis. Pontualmente, os preços de alguns derivados estão defasados”, acrescentou o diretor de Comercialização e Logística, Claudio Mastella.
Segundo o executivo, não é possível prever se o preço do litro da gasolina vai permanecer acima dos R$ 7, como acontece em alguns mercados, atualmente. Isso porque os valores cobrados pela empresa seguem as variações do mercado internacional e do câmbio.
Durante a coletiva, Silva e Luna disse ainda que não cabe à Petrobras subsidiar o preço do GLP, o gás de cozinha, e que esse seria um “tema de governo”, embora a empresa participe do debate sobre possíveis soluções para o problema.