O preço do litro da gasolina foi reajustado de R$ 2,53 para R$ 2,69 e o do óleo diesel, de R$ 2,71 para R$ 2,81, segundo a Petrobras (PETR4). Os dois combustíveis vão ficar 6% e 3,7%, respectivamente, mais caros a partir desta terça-feira (6).
Essas são as primeiras altas nos preços do litro da gasolina e do diesel da gestão do general Joaquim Silva e Luna, que assumiu o cargo de presidente da Petrobras há quase três meses.
Os reajustes refletem a alta do petróleo no mercado internacional. Nesta segunda-feira (5), o barril da commodity é negociado em Londres a quase US$ 76. Os contratos no mercado futuro aceleraram após notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) adiaram, pela segunda vez, a sua reunião ministerial.
A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”, mas que se mantém alinhada ao mercado internacional.
Preço da gasolina está 12% abaixo do mercado internacional
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) acusa a Petrobras de manter uma “elevada” defasagem dos preços da gasolina e do óleo diesel, em relação ao mercado internacional. Por isso, acredita que a estatal vai anunciar em breve um reajuste de preços. Pelo cálculo da entidade, a gasolina brasileira está, em média, 12% mais barata do que a comercializada no exterior e o óleo diesel, 7%.
“A valorização dos derivados no mercado internacional amplia defasagens. A alta pressiona os preços domésticos de combustíveis e operações de importação seguem inviabilizadas”, afirmou o presidente da associação, Sérgio Araujo.
A Petrobras, no entanto, toda vez que é acusada de segurar seus preços, reafirma a sua política de paridade de importação. Isso significa que, para definir os valores dos seus combustíveis, a empresa considera o preço internacional, câmbio e custos logísticos. Mas, desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu o comando da empresa, a gasolina e o diesel não aumentaram. O argumento é que as revisões acontecerão em prazos mais longos, para evitar o repasse ao consumidor de oscilações externas momentâneas.
Já a Abicom reforça que a desvalorização do real frente ao dólar também não justifica a manutenção dos preços da gasolina e do diesel pela Petrobras. Além disso, de acordo com a entidade, o mercado internacional mantém sinais de que o petróleo continuará em patamares elevados neste ano.