Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) fecham em direções opostas no Ibovespa; veja os motivos
As ações de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) fecharam em direções opostas nesta quarta-feira (9) no Ibovespa, com o mercado cauteloso antes da divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos na quinta-feira, e ainda repercutindo as perspectivas apresentadas na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
No fechamento, as ações ordinárias de Petrobras subiram 0,66%, cotadas a R$ 30,42, enquanto as ordinárias (PETR3) subiam 1,03%, a R$ 33,42. Na ponta negativa, os papéis de Vale recuavam 0,9%, a R$ 66,85.
Cotação PETR4
“A falta de novos gatilhos para valorização das ações e expectativa da divulgação de dados do inflação (CPI) nos Estados Unidos sugerem cautela por parte do mercado. Vale está oscilando entre a estabilidade e leve alta, seguindo os pares que sobem na Bolsa de Londres (BHP, Rio Tinto e Anglo America). Petrobras sobe acompanhando a alta do petróleo WTI e também do Brent”, disse Leandro Petrokas, mestre em Finanças, diretor de Research e sócio da Quantzed.
Ainda de acordo com Petrokas, o mercado ainda reage à divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou uma sequência de cortes na casa de 0,5%, mas ainda pondera que há dúvida sobre qual seria a taxa terminal. “Juros curtos, que são mais sensíveis aos cortes, caem e juros longos trabalham em alta”, acrescentou.
Petrobras anuncia 1ª plataforma all-eletric em 2025 no ES e confirma eólica offshore no Estado
A Petrobras instalará no litoral capixaba, em 2025, a primeira plataforma com sistemas totalmente eletrificados (all-eletric) de ciclo combinado no Brasil. Essa tecnologia permitirá maior eficiência operacional e redução de emissões de gases do efeito estufa.
A confirmação da data de instalação do FPSO Maria Quitéria no campo de Jubarte, no pré-sal da bacia de Campos, foi feita pela gerente geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Petrobras no Espírito Santo, Eduarda Lacerda.
A executiva participou da abertura, na terça-feira (8), da MEC Show 2023, Feira da Metalmecânica e Inovação Industrial do Espírito Santo. Lacerda também destacou outros projetos da companhia previstos para o estado.
“No litoral sul do Espírito Santo, estamos estudando a implantação de um parque eólico offshore. Das cinco plataformas previstas na bacia de Campos no Plano de Negócios 2023-2027, três serão gerenciadas pela nossa unidade. Então, são vários projetos e investimentos para o presente e futuro da nossa empresa aqui no Espírito Santo. O futuro não é só produzir petróleo, não é só produzir gás. É produzir energia limpa e sustentável”, afirmou a executiva.
Perto da Petrobras completar 70 anos, Lacerda ressaltou a importância do Espírito Santo na história da Petrobras, que está há 66 anos no estado. “Nesse ano, a Petrobras completa 70 anos, e o estado sempre foi uma parte importante dessa história. Vivemos aqui – e não foi por acaso que fosse aqui – alguns dos episódios mais inovadores e marcantes de nossa história, como o primeiro poço no mar e a primeira produção no pré-sal, que neste ano chega aos 15 anos” destacou a gerente.
Na feira, o estande da empresa contará com um circuito simulando uma área operacional para demonstração do robô “Anymal D”, especializado em operações de segurança.
O equipamento é capaz de realizar atividades de inspeção autônoma em áreas industriais de plataformas marítimas e refinarias, com potencial de ampliar a eficiência e a segurança das operações. Seu formato é semelhante a um “pet”, com um design que lhe permite subir e descer escadas, inclusive com capacidade para desviar de obstáculos e parar caso detecte algo em suas proximidades. Este é o primeiro robô desse formato do mercado, disse a estatal em nota.
Petrobras pode pagar até R$ 19,6 bi em dividendos extraordinários, projeta Goldman Sachs
A Petrobras pode pagar o total de dividendos extraordinários avaliado em até US$ 4 bilhões (R$ 19,6 bi) no final deste ano, projetaram analistas do Goldman Sachs em relatório divulgado na segunda-feira (7), em linha com a nova política de proventos anunciada recentemente e comentários sobre a teleconferência de resultados do segundo trimestre.
Segundo os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, caso a Petrobras decida pagar 100% da geração de fluxo de caixa de financiamento (FCF) em 2023, haveria espaço para um anúncio de dividendo extraordinário no valor de aproximadamente US$ 4 bilhões, para um rendimento adicional de cerca de 5%.
Em teleconferência de resultados do segundo trimestre, realizada na última sexta-feira (4), o diretor-financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, disse que a atual política de dividendos da Petrobras prevê o pagamento de dividendos extraordinários, mas que a decisão vai depender da análise das finanças da companhia no curto, médio e longo prazo.
Assim, segundo o Goldman, a medida levaria à disposição de quase US$ 24 bilhões (R$ 117,6 bi) em dividendos neste ano – divididos em torno de US$ 20 bilhões (R$ 98 bi), ou 23% de rendimento no cenário-base), enquanto o dividendo adicional de US$ 4 bilhões implicaria em mais um rendimento de 5%.
Entre os motivos elencados para uma possível distribuição de dividendos da Petrobras, o Goldman destacou que a administração reconheceu a possibilidade de dividendos extraordinários e observou que o atual nível de endividamento da empresa é confortável e em linha com as expectativas do plano estratégico em vigor.
Além disso, segundo o Goldman, o governo, acionista majoritário da Petrobras, tem procurado alternativas para aumentar as receitas da companhia.
O Goldman Sachs tem recomendação de “compra” para as ações da Petrobras, com preço-alvo a US$ 18,30 para as ADRs.
Dividendos da Petrobras
Na última quarta-feira (3), a Petrobras anunciou um novo pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos seus investidores. O montante somado é de cerca de R$ 15 bilhões, equivalente a R$ 1,149304 por cada ação ordinária e preferencial.
Essa remuneração será distribuída aos cotistas em duas parcelas. A primeira tem o valor de R$ 0,574652 por ação, sendo R$ 0,209176 de dividendos e R$ 0,365476 de JCP, com pagamento a ser feito no dia 21 de novembro de 2023.
Já a segunda parcela dos proventos, composta apenas por dividendos da Petrobras, será distribuída em 15 de dezembro de 2023, com a mesma quantia de R$ 0,574652 por ação.
Em seu comunicado, a Petrobras afirma que esses proventos estão em linha com sua nova política de remuneração aos acionistas, que passou por mudanças recentes. A política atual prevê que, caso o endividamento bruto não superar o seu patamar máximo de US$ 65 bilhões, a companhia distribuirá 45% do seu fluxo de caixa livre.