A Petrobras (PETR4) pode pagar o total de dividendos extraordinários avaliado em até US$ 4 bilhões (R$ 19,6 bi) no final deste ano, projetaram analistas do Goldman Sachs em relatório divulgado na segunda-feira (7), em linha com a nova política de proventos anunciada recentemente e comentários sobre a teleconferência de resultados do segundo trimestre.
Segundo os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, caso a Petrobras decida pagar 100% da geração de fluxo de caixa de financiamento (FCF) em 2023, haveria espaço para um anúncio de dividendo extraordinário no valor de aproximadamente US$ 4 bilhões, para um rendimento adicional de cerca de 5%.
Em teleconferência de resultados do segundo trimestre, realizada na última sexta-feira (4), o diretor-financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, disse que a atual política de dividendos da Petrobras prevê o pagamento de dividendos extraordinários, mas que a decisão vai depender da análise das finanças da companhia no curto, médio e longo prazo.
Assim, segundo o Goldman, a medida levaria à disposição de quase US$ 24 bilhões (R$ 117,6 bi) em dividendos neste ano – divididos em torno de US$ 20 bilhões (R$ 98 bi), ou 23% de rendimento no cenário-base), enquanto o dividendo adicional de US$ 4 bilhões implicaria em mais um rendimento de 5%.
Entre os motivos elencados para uma possível distribuição de dividendos da Petrobras, o Goldman destacou que a administração reconheceu a possibilidade de dividendos extraordinários e observou que o atual nível de endividamento da empresa é confortável e em linha com as expectativas do plano estratégico em vigor.
Além disso, segundo o Goldman, o governo, acionista majoritário da Petrobras, tem procurado alternativas para aumentar as receitas da companhia.
O Goldman Sachs tem recomendação de “compra” para as ações da Petrobras, com preço-alvo a US$ 18,30 para as ADRs.
Dividendos da Petrobras
Na última quarta-feira (3), a Petrobras anunciou um novo pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos seus investidores. O montante somado é de cerca de R$ 15 bilhões, equivalente a R$ 1,149304 por cada ação ordinária e preferencial.
Essa remuneração será distribuída aos cotistas em duas parcelas. A primeira tem o valor de R$ 0,574652 por ação, sendo R$ 0,209176 de dividendos e R$ 0,365476 de JCP, com pagamento a ser feito no dia 21 de novembro de 2023.
Já a segunda parcela dos proventos, composta apenas por dividendos da Petrobras, será distribuída em 15 de dezembro de 2023, com a mesma quantia de R$ 0,574652 por ação.
Em seu comunicado, a Petrobras afirma que esses proventos estão em linha com sua nova política de remuneração aos acionistas, que passou por mudanças recentes. A política atual prevê que, caso o endividamento bruto não superar o seu patamar máximo de US$ 65 bilhões, a companhia distribuirá 45% do seu fluxo de caixa livre.
Desempenho das ações da Petrobras
No Intradia, as ações preferenciais da Petrobras subiam 0,17%, cotadas a R$ 30,24.
Cotação PETR4