Em novo relatório sobre a Petrobras (PETR4), especialistas do Goldman Sachs reavaliaram o espaço que a companhia possui para pagar proventos aos seus acionistas em um cenário de derrocada nos preços do petróleo.
O parecer sobre as ações da Petrobras vem dias após o petróleo Brent alcançar seu menor patamar desde meados desde 2021, perdendo os US$ 70 por barril.
Apesar da revisão sobre PETR4, os especialistas mantiveram recomendação de compra para os papéis da companhia, com preço-alvo de R$ 39,40 – ao passo que as ações preferenciais da estatal são negociadas na casa dos R$ 36 atualmente.
“O preço do petróleo Brent cai cerca de 20% desde junho, e nossa equipe global de commodities reduziu recentemente sua estimativa de intervalo para os preços do petróleo para US$ 70 a US$ 85, dada a demanda fraca em andamento na China, a produção dos EUA mais forte do que o esperado e as surpresas positivas nos estoques da OCDE”, diz a casa.
Com isso, os analistas revisitaram a estimativa dos potenciais dividendos extraordinários que a companhia pagará até o fim de 2025 reavaliaram o valuation da empresa “em um contexto mais amplo e global”.
“Dadas as várias novas unidades de produção que devem iniciar as operações até o final de 2025 (e as preocupações dos investidores em relação à Petrobras potencialmente exceder o limite máximo de dívida bruta de US$ 65 bilhões como resultado), aproveitamos a oportunidade para fazer um mergulho profundo em nosso modelo de passivos de arrendamento”, explica o Goldman Sachs.
US$ 6 bilhões em dividendos extraordinários da Petrobras
Nesse contexto, a casa enxerga um espaço para a distribuição potencial de até US$ 6 bilhões em remuneração extraordinária, sendo US$ 4 bilhões até o fim deste ano e outros US$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2025.
“Como reconhecemos anteriormente em casos anteriores, isso deve ser visto como um teto da potencial remuneração adicional que a Petrobras poderia anunciar, pois assume que a empresa reduziria sua posição de caixa para o nível mínimo de US$ 8 bilhões exigido pela administração”, observam os analistas.
“Além disso, com base em nossos números, notamos que a empresa poderia exceder ligeiramente o limite de dívida bruta de US$ 65 bilhões até o quarto trimestre de 2025 (principalmente devido à entrada de novos passivos de arrendamento do início de novos FPSOs). Caso a administração decida pagar a dívida para cumprir esse limite máximo isso poderia reduzir a disponibilidade de caixa e também representar riscos de queda para nossas estimativas de dividendos extras“, completa.
Assim, a casa projeta que os dividendos da Petrobras representem um yield de 15,8% neste ano de 2024.
Para o ano que vem, as expectativas são de um diviend yield de 8,5% para as ações da Petrobras.