Previsto para ser divulgado nesta quinta-feira (7), depois do fechamento do mercado, o balanço da Petrobras (PETR4) tem como maior expectativa o anúncio de dividendos, unanimidade entre os analistas. A divulgação dos proventos ocorrerá junto à publicação do resultado do 4T23, que pode trazer queda em seus principais indicadores.
Segundo estimativas da Genial Investimentos, a Petrobras deve reportar um lucro líquido de R$ 35 bilhões no quarto trimestre de 2023, ante R$ 43,3 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida da Petrobras deve chegar a R$ 132 bilhões no 4T23, ante R$ 158,5 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2022.
Ao fim de 2024, a Genial Investimentos, por exemplo, enxerga a Petrobras (PETR4) negociando com um 3,0x EV/EBITDA e um rendimento de 18% de fluxo de caixa.
Olhando para o 4T23 da Petrobras, a estimativa dos analistas é de um Ebitda de R$ 77 bilhões para a petroleira. “Nossa estimativa é pautada principalmente no preço médio do brent realizado ao longo do trimestre somados à razoável manutenção da paridade dos preços dos combustíveis ao longo do trimestre”, justifica a research.
Grande parte do otimismo dos analistas para esse indicador também se deve à Margem Equatorial, região ao Norte e Nordeste do Brasil, onde a petroleira deseja começar a perfurar para exploração.
“[A Margem Equatorial] segue como o ativo com maior potencial transformacional da empresa tendo em vista as grandes reservas descobertas em regiões próximas”, diz a Genial.
A casa também está otimista com os dividendos de PETR4, estipulando um dividend yield na casa de 14%, além de demais pagamentos extraordinários.
Pelas estimativas, se a produção da Petrobras atingir a curva esperada e seguir a sua atual política de dividendos de 45% do Fluxo de Caixa Operacional menos Investimentos), é possível que a gigante do petróleo brasileira tenha um limite de alavancagem de 0,8x Dívida Líquida/EBITDA para distribuir acima do topo do guidance de proventos.
No seu último planejamento estratégico, a Petrobras anunciou uma expectativa de R$ 345 bilhões a R$ 397,5 bilhões, além da possibilidade de R$ 435 bilhões em dividendos, ambas as projeções para o período 2024-2028.
Itaú BBA projeta pagamento de US$ 3,9 bilhões em dividendos da Petrobras
Em relatório, os analistas do Itaú BBA esperam que o lucro líquido da Petrobras chegue a US$ 7,2 bilhões no 4T23, queda de 12,1% na base anual. Já a receita líquida da Petrobras deve chegar a US$ 26,1 bilhões, queda de 13,2% em comparação com o 4T22.
A casa também espera que a Petrobras reporte US$ 15 bilhões em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no 4T23, impulsionado pelo aumento da produção e melhores margens de refino.
“Isso deverá permitir um pagamento de dividendos de US$ 3,9 bilhões no trimestre, de acordo com a política de remuneração, que implicaria um rendimento de dividendos de 3,6%”, pontuaram os analistas Monique Natal, Érico de Mello e Bruno Amorim.
Além disso, o Itaú BBA estima que a Petrobras poderá pagar entre US$ 4,7 bilhões e US$ 8,5 bilhões em dividendos extraordinários no 4T23, implicando em um rendimento de dividendos de 4,2% a 7,7%.
“Essa faixa é baseada em uma análise prospectiva que considera não apenas o excesso de caixa no final do ano, mas também as perspectivas de posição de caixa da empresa para os próximos 24 meses”, acrescenta.
Todas as atenções estão voltadas para o anúncio de dividendos, diz Goldman sobre Petrobras
Em relatório, analistas do Goldman pontuam que todas as atenções estão voltadas para o próximo anúncio de dividendos da Petrobras.
“Vemos espaço para a Petrobras anunciar até um máximo de ~10% de rendimento de dividendos junto com os lucros do 4T (~3% de política + 7% extraordinários)”, escrevem Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Martins.
“Dado que a Petrobras ainda teve de pagar este ano os dividendos de US$ 3,5 bilhões anunciados com os resultados do 3T23, e a nossa previsão para outro dividendo ordinário de ~US$ 3,6 bilhões com os resultados do 4T em fevereiro, vemos capacidade para o pagamento de até US$ 8 bilhões em dividendo extraordinário em fevereiro (para um DY de 7%)”, completa a casa.
XP prevê que Petrobras pague dividendos mínimos de US$ 3,9 bilhões no 4T23
Após a divulgação do relatório de produção da Petrobras referente ao quarto trimestre de 2023, a XP Investimentos prevê que a estatal pagará dividendos mínimos de US$ 3,9 bilhões, enquanto os proventos extraordinários podem ser de até US$ 5,5 bilhões (R$ 27,2 bi) para o ano fiscal de 2023.
“Atualmente, vemos a Petrobras terminando o 2T24 (quando estimamos que os dividendos extraordinários serão pagos) com caixa próximo de US$ 14 bilhões No entanto, considerando a difícil situação fiscal do Brasil e o fato de que o plano estratégico estabeleceu US$ 8 bilhões como “caixa de referência”, a Petrobras poderia pagar ainda mais do que os US$ 5,5 bilhões que supomos”, explica a XP.
Segundo a corretora, essa possibilidade de pagamento de dividendos da Petrobras, juntamente com uma aceleração na recompra de ações, responde por boa parte do desempenho superior das últimas semanas de PETR4 e PETR3 em relação a seus pares.
O Citibank, por exemplo, tem a expectativa de que a estatal distribua cerca de 7% de rendimento de dividendos no trimestre (dividendos de 3% + dividendos extraordinários de 4%).
Para o quarto trimestre de 2023, a XP projeta um lucro líquido de US$ 7,7 bilhões, queda de 6% frente ao mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida da Petrobras deve chegar a R$ 27,0 bilhões no intervalo, queda de 10% na comparação anual.
A casa ainda projeta um Ebitda de US$ 15,8 bilhões, alta de 14% frente ao trimestre anterior, devido a melhores margens em E&P (exploração e produção) e melhores crack spreads em RTC (refino transporte e comercialização).
Petrobras (PETR4): produção total sobe 10,9% no 4T23, para 2,93 mi de boed
A produção no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras (PETR4) alcançou 2,935 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no quarto trimestre do ano passado, uma alta de 10,9% na comparação anual.
Em 2023, a produção total da Petrobras teve alta de 3,7% ante 2022, para 2,782 milhões de boed, impactada pela entrada em operação das Unidades Flutuantes de Armazenamento e Transferências, conhecida pela sigla em inglês FPSOs, Almirante Barroso, no campo de Búzios, Anna Nery e Anita Garibaldi, nos campos de Marlim e Voador, além do atingimento do topo de produção da plataforma (P-71), no campo de Itapu, e da FPSO Guanabara, e da entrada em produção de novos poços nas Bacias de Campos e Santos.
Também contribuiu para o resultado do período as entradas de quatro novos poços de projetos complementares nas Bacias de Campos e Santos. Isso foi “parcialmente compensado” pelo declínio natural de campos maduros, informou a estatal.
No Brasil, a produção de petróleo, LGN e gás natural da Petrobras foi de 2,901 milhões de boed no quarto trimestre, crescimento de 11,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No ano passado, a produção teve uma alta de 3,8% quando comparada ao ano anterior, a 2,748 milhões de boed.
A produção comercial de óleo e gás foi de 2,572 milhões de boe/d no quarto trimestre de 2023, alta de 10,6% ante o quarto trimestre de 2022, e alta de 1,4% contra a média dos três meses imediatamente anteriores.
A produção de petróleo foi de 2,361 milhões de barris por dia (bpd) no quarto trimestre deste ano, 11,8% maior do que no quarto trimestre de 2022. Já em relação ao trimestre até setembro, a alta foi de 1,9%.
A produção de gás natural totalizou 540 mil boe/d, alta de 8% na comparação com um ano antes, e mais 2,9% em relação ao terceiro trimestre de 2023.
Petrobras: alta de 18,2% na produção do pré-sal
No pré-sal, a Petrobras produziu 1,937 milhão de barris por dia (bpd) no trimestre, uma elevação de 18,2% na comparação anual. Em 2023, a produção atingiu 1,806 milhão de bpd, um aumento de 10,5% ante o visto no ano anterior.
De acordo com a companhia, a performance no pré-sal da Petrobras pode ser explicada, principalmente, ao ramp-up do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios, da P-71, no campo de Itapu, e do FPSO Anita Garibaldi, nos campos de Marlim e Voador, além da menor quantidade de paradas na comparação com o terceiro trimestre de 2023.
No pós-sal, que envolve campos profundos e ultra profundos, a produção da estatal brasileira de petróleo foi de 300 mil bpd no quarto trimestre, uma baixa de 3,2% na comparação anual. No ano passado, houve uma queda de 12% ante 2022, para 382 mil bpd.
No segmento de Refino, Transporte e Comercialização, o volume total de vendas no mercado interno foi de 1,733 milhão de bpd no quarto trimestre do ano passado, 3,5% inferior na base anual. Já o volume de produção subiu 4,3% na mesma base de comparação, para 1,798 milhão de bpd.
No último trimestre de 2023, as exportações líquidas da Petrobras somaram 885 mil bpd, crescimento de 11,6% ante igual intervalo de 2022. Já a importação alcançou 264 mil bpd no quarto trimestre, recuo de 39,4% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Venda de derivados da Petrobras cai 3,5% no 4º trimestre, para 1,733 mi bpd
O volume total de vendas de derivados da Petrobras no mercado interno caiu 3,5% no quarto trimestre de 2023 ante o mesmo período do ano passado, para 1,733 milhões de barris por dia (bpd). Na comparação com o terceiro trimestre, a queda foi 4,8%.
No diesel, as vendas caíram 2,7% em um ano e 6,6% na comparação com os três meses anteriores, para 748 mil bpd. Com relação à gasolina, a retração ante o último trimestre de 2022 foi de 8,9% e, na margem, de 2,2%, para 407 mil bpd.
Em relatório, a Petrobras informou que essa redução de 6,6% nas vendas de diesel na margem está ligada “à sazonalidade do consumo, usualmente mais elevado no terceiro trimestre do ano por conta do plantio da safra de grãos de verão e da atividade industrial”.
Já o recuo nas vendas de gasolina veio em função da perda de participação do derivado para o etanol hidratado no abastecimento de veículos flex, disse a Petrobras.
Produção total de derivados
Já a produção total de derivados da Petrobras subiu 4,3% na mesma base de comparação, para 1,798 milhão de barris por dia (bpd).
Isso se deve ao elevado fator de utilização total (FUT) do parque de refino, que ficou em 94% nos últimos três meses de 2023 ante 86% no mesmo período de 2022. Embora considerado elevado, o FUT médio de outubro a dezembro ficou abaixo dos 96% verificados no terceiro trimestre de 2023. Já no ano, o FUT do parque de refino da Petrobras ficou, na média, em 92%, 4 pontos porcentuais acima da média de 2022 (88%).
Na comparação com o quarto trimestre de 2022, a produção de diesel da Petrobras avançou 8,8%, para 730 mil bpd, enquanto a produção de gasolina aumentou 3,2%, para 414 mil bpd. Ante os três meses anteriores, os dois produtos tiveram queda de produção de 2,5% e 2,4% respectivamente.