Em relatório mais recente sobre a Petrobras (PETR4), o Citi estima que a estatal deve anunciar R$ 39,1 bilhões (ou US$ 7,9 bilhões) em dividendos referentes a 2024, que somados aos dividendos aprovados na quinta-feira (25), implicam em um rendimento de dividendo de cerca de 13%.
“Em nossa opinião, o anúncio dos dividendos extraordinários [de distribuir 50% do valor retido em março] veio em linha com as expectativas do mercado. No entanto, como mencionamos nas notas anteriores, continuamos vendo a Petrobras gerando um bom nível de fluxo de caixa operacional, mas também vemos o aumento do investimento nos próximos anos, o que pode representar algum risco negativo para futuros pagamentos de dividendos”, escrevem os analistas Gabriel Barra, e Andrés Cardona.
O Citi vê dois riscos negativos para os dividendos da Petrobras. O primeiro diz respeito às preocupações com ações judiciais do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e seus potenciais impactos em acordos fiscais. O segundo são os prováveis projetos em avaliação, que ainda não estão considerados no modelo do banco.
Já o preço atual do petróleo é um potencial fator de alta para as estimativas do Citi, que projetava preços mais baixos e uma tendência de queda ao longo deste ano para a commodity.
O Citi reiterou recomendação neutra para aPetrobras (PETR4), com preço-alvo de US$ 15,00 para as ADRs, o que corresponde a um potencial de queda de 12% sobre o fechamento de quinta-feira (25).
Petrobras (PETR4): aprovação dos dividendos retidos abre caminho para o pagamento dos 50% restantes este ano, diz BBA
Após a Petrobras confirmar o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, depois da autorização dada na última sexta-feira pelo conselho de administração da empresa, o Itaú BBA diz que essa aprovação “representa a luz verde” para distribuir os R$ 21,9 bilhões restantes, provenientes de 50% das reservas de capital da empresa, até fim de 2024.
Para os analistas do banco, a aprovação dos dividendos extras da Petrobras representa uma estratégia financeira importante para a estatal, que busca manter um equilíbrio entre a remuneração aos acionistas e a saúde financeira da empresa em um momento de grandes desafios e oportunidades no setor energético.
A decisão de reter esse montante foi tomada devido à previsão de novos investimentos. Embora a diretoria da companhia houvesse sugerido distribuir 50% dos valores, o Conselho de Administração avaliou que seria necessário examinar melhor os cenários e demandou análises mais detalhadas, postergando o pagamento desses recursos para outro momento.
Os estrategistas apontam ainda que o conselho de administração avaliou que essa medida aprovada hoje não comprometerá a saúde financeira da Petrobras. O anúncio foi bem recebido pelos investidores porque implica um rendimento de dividendos de 4,1%, o que pode atrair mais investidores para manter ações da Petrobras em suas carteiras.
Além disso, a possibilidade de a empresa pagar os 50% restantes das reservas de capital da Petrobras como dividendos extraordinários ainda este ano é uma opção que aumenta o apelo da ação aos olhos dos investidores, segundo o BBA.