As ações da Petrobras (PETR4) têm alta considerável, de quase 5% às 12h, no pregão desta segunda-feira (19) após o mais novo presidente da companhia, o general Joaquim Luna e Silva, afirmar em sua cerimônia de posse que a estatal continuará a respeitar a paridade internacional de preços.
O novo presidente da Petrobras afirmou ainda que definirá como foco da sua gestão a “previsibilidade” – durante a polêmica demissão de Roberto Castello Branco, que ocupava o cargo antes de sua posse, o presidente da República Jair Bolsonaro criticou, justamente, o fato de o ex-presidente da petroleira não anunciar ao governo as mudanças na estatal.
“A comunicação antecipatória deve ser central, transparente, assentada em informações consistentes e sempre baseada em dados e fatos”, afirmou Luna sobre o assunto.
Silva e Luna defendeu ainda que a governança corporativa da Petrobras é estruturada sobre uma legislação nacional bem apurada e aperfeiçoada, e que não dá espaço para “aventuras”.
“Não há dúvidas de que os principais desafios são fazer a Petrobras cada vez mais forte, trabalhando com visão de futuro, com segurança, respeito ao meio ambiente, aos acionistas e à sociedade em geral, de forma a garantir o maior retorno possível ao capital empregado”, garantiu.
Analistas veem falas com “tom reconciliatório”
Para analistas da Ativa Investimentos, as falas de Luna têm tom “conciliatório e harmonioso”, o que é positivo para o desempenho da Petrobras e impacta as ações no pregão de hoje.
Por outro lado, eles apontam que a manutenção da política de preços e a aplicação de outras transformações devem apresentar antagonismos. O novo presidente da Petrobras tem um discurso positivo até então, mas ainda não teria começado a enfrentar os problemas que terá pela frente.
“Uma vez que a mudança no comando da petrolífera fora motivada pela insatisfação do Executivo com a política atual de preços, acreditamos que uma definição sobre os rumos da nova abordagem quanto a política de preços será o primeiro e principal desafio da nova gestão”, afirmam.
Eleição de Silva e Luna à presidência da Petrobras foi conturbada
Joaquim Silva e Luna assume o cargo de presidente da Petrobras após ser eleito pelo conselho de administração da estatal em reunião, na última sexta-feira (16).
O encontro que consagrou Silva e Luna como presidente da Petrobrás, porém, foi marcado por outra polêmica: o representante dos acionistas minoritários Marcelo Gasparino renunciou ao cargo dias após a sua eleição, na tentativa de chamar uma nova votação para definir os membros do conselho.
A movimentação de Gasparino é mais uma das respostas dos minoritários às recentes “intervenções” do Governo Federal na Petrobras. Por enquanto, nada acontece na estatal. Mas na próxima assembleia, haverá uma definição sobre a realização ou não de uma nova eleição.
Com as falas de hoje, Luna e Silva tenta acalmar os investidores em meio às preocupações de que o Governo Federal possa voltar a intervir na Petrobras. Apesar da alta desta segunda, as ações preferenciais da companhia ainda se encontram quase 20% descontadas na comparação com o nível em que estavam antes da demissão de Castello Branco, negociadas a R$ 24,01.