Petrobras (PETR4) despenca 22,7% desde maio; veja o que os analistas dizem
Desde o dia 23 de maio, uma segunda-feira, as ações da Petrobras (PETR4) caem 22,7%, com baixas sucessivas em cerca de 40 pregões no total. O preço por ação ordinária da petroleira, atualmente, é de R$ 27,96.
As ações da Petrobras acompanham, assim, uma oscilação na cotação do petróleo. Na primeira semana de junho, eram US$ 123 por barril do Brent, ao passo que são US$ 101 atualmente.
Nesse contexto, e considerado a proximidade das eleições, analistas divergem se há oportunidade de compra para PETR4, ou se os papéis oferecem um risco elevado.
Além disso, ponderam sobre a atratividade dos dividendos, dado que, com a melhora da saúde financeira da companhias nos últimos 2 anos, o dividend yield (DY) – que mensura a proporção dos proventos pagos ante o preço da ação – é da casa de 40%.
Além disso, conforme reportado pelo Suno Notícias, a companhia paga os maiores valores absolutos por papel. Em 2022, os dividendos da Petrobras deram R$ 6,6, por ação a cada acionista.
A XP Investimentos opta pela tese de compra dos papéis e acredita que o preço justo para os papéis é de R$ 47,30, cotação que representa uma valorização de mais de 70% ante o preço atual das ações da Petrobras.
“Reconhecemos que os riscos aumentaram, tanto internacionalmente (recessão global) quanto internamente (político). No entanto, negociando a 1,7 EV/EBITDA 2022, a Petrobras continua sendo uma aposta assimétrica e mantemos nossa recomendação de Compra no nome”, diz o analista Andre Vidal.
A tese aponta que toda a incerteza política manteve as ações da Petrobras muito descontadas desde que Roberto Castelo Branco deixou de ser o CEO da empresa.
Mesmo em um cenário de estresse, os analistas da casa apontam um preço-alvode R$ 31,30.
BTG prevê lucro de R$ 34 bilhões no 2T22 da Petrobras
Os analistas do BTG Pactual (BPAC11) mantém recomendação neutra para as ações da Petrobras, e preveem que o próximo resultado trimestral, referente ao segundo trimestre de 2022, deve trazer um lucro de R$ 34 bilhões.
O consenso do mercado mira R$ 35,2 bilhões de lucro.
Além disso, a análise do BTG aponta:
- Ebitda de R$ 81,4 bilhões
- Receita líquida de R$ 150 bilhões
- Margem Ebitda de 54,2%
- Margem líquida de 23,1%
O último parecer da casa sobre o banco foi justamente em 24 de maio, perto do começo das baixas nos papéis da estatal,.
O BTG tem recomendação neutra com preço-alvo de US$ 15 para as ADRs. A cotação atual é de US$ 11,23. O relatório assinado pelos analistas Pedro Soares e Thiago Duarte foi divulgado à época da ultima troca de presidentes da estatal.
“A preservação da maioria da equipe de gestão em trocas de CEO anteriores foi uma medida muito necessária para fornecer algum sentido de continuidade. Qualquer mudança nisso pode corroer a percepção de risco ainda mais. Além disso, notamos que o comunicado do Ministério da Energia menciona que deve perseguir um sector energético mais equilibrado para que as são mantidas as condições de crescimento do emprego e da renda. Para nós, isso soa como o governo está buscando uma nova maneira de equilibrar as políticas de preço da Petrobras com o objetivo de evitar novos aumentos nos preços dos combustíveis”.