A Petrobras (PETR4) anunciou ao mercado, nesta terça-feira (9), a descoberta de uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, da concessão POT-M-762_R15. Situado próximo à divisa entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, o poço Anhangá está em profundidade d’água de 2.196 metros, na Margem Equatorial brasileira.
Essa é a segunda descoberta na Bacia Potiguar neste ano, sendo precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no poço Pitu Oeste, localizado na concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá.
Ambas as descobertas de acumulação de petróleo da Petrobras ainda devem passar por avaliações complementares, segundo a companhia. A Petrobras, operadora das duas concessões, detém 100% de participação. A empresa dará continuidade às atividades exploratórias na concessão POT-M-762_R15, visando avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação, disse a companhia em nota.
Como parte de seu plano estratégico, a Petrobras diz que vai investir US$ 7,5 bilhões em exploração até 2028, com US$ 3,1 bilhões destinados à Margem Equatorial, , que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, e prevê a perfuração de 50 novos poços exploratórios no período – 16 na região da Margem Equatorial.
“As atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, diz o comunicado.
A estatal acrescenta que a constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar.
“Caso o Brasil mantenha a demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o País poderá se tornar um importador de petróleo, daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono”, conclui o documento.
Gasolina da Petrobras tem defasagem de 18%, mas ainda é mais barata do que refinarias privadas
Os preços dos combustíveis da Petrobras têm enfrentado uma crescente defasagem em relação aos valores praticados internacionalmente, com o barril de petróleo voltando a ultrapassar a marca dos US$ 90.
Conforme relatório divulgado nesta terça-feira (9) pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina comercializada pela estatal apresenta uma diferença de 18% (equivalente a R$ 0,60) em relação ao Preço de Paridade de Importação (PPI), enquanto o óleo diesel tem uma defasagem de 12%, ou seja, R$ 0,48 por litro.
Embora o preço do barril de petróleo em ascensão pressione por reajustes nos combustíveis, a Petrobras ainda não realizou nenhum aumento em 2024, adotando uma postura de segurar os repasses por enquanto.
Sem aumento da gasolina por parte da Petrobras, o preço da gasolina vendido pelas refinarias privadas está, em média, 15,7% mais elevado do que o praticado pela Petrobras, segundo levantamento conduzido pelo Observatório Social do Petróleo (OSP) na sexta-feira (5).
O estudo aponta que empresas como a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), privatizada em junho de 2023 e administrada pela 3R Petroleum (RPPP3), apresentam os preços mais altos do país, com a gasolina sendo comercializada a 19,3% acima do valor praticado pela Petrobras. Outras refinarias, como a Ream e a Acelen, também seguem essa tendência, vendendo o combustível a preços que representam aumentos significativos em relação aos praticados pela estatal.